Mitos sobre o Budismo

Por: Ricardo Chioro

Esse texto não é para falar mal do Budismo, de jeito nenhum, mas existem alguns mitos no Budismo, alguns enganos que as pessoas caem antes de conhece-lo extremamente bem.

 

1-O Budismo não é uma Religião Teísta

Na verdade a religião formada pelo Buda tem um panteão grande de divindades.

 

2-O Budismo é Apenas uma Psicologia e Filosofia

 

Existem muitas crenças religiosas na fé do Buda.

O Budismo crê em vida após a morte, existem muitas informações dos mundos além dessa vida assim como também magia, dons paranormais, karma, renascimento e no caso do Budismo Tibetano, mediunidade.

Existem praticas em que a consciência sai fora do corpo e viaja para outros lugares, exorcismos, diversos rituais e o uso de objetos religiosos como imagens, velas, incensos, cristais, entre outros.

A cosmologia budista também afirma que como o planeta terra existem outros mundos, e todos eles tem dimensões com seres viventes, esses lugares são de acordo com o nível de consciência dos habitantes.

Os locais onde a consciência é elevada são bons, os de consciência baixa são ruins.

Podemos explicar a dimensão que estamos vivendo no nosso planeta, e outras que viveremos depois de mortos, que podem ser boas ou ruins de acordo com nosso karma.

Cada linha da religião do Buda tem algumas particularidades e poucas linhas Zen fogem de crenças estabelecidas como a vida após a morte, mas isso são poucas.

Muitas linhas do Zen aceitam a continuidade da existência após a morte.

 

3-Quem Atingiu o Nirvana não Sofre Mais

No Budismo nas Quatro Nobres Verdades se diz que a iluminação é o fim do sofrimento, porém esse conceito vem de textos maus traduzidos, mal explicados que levam a uma compreensão errada. Não é o fim de todo o sofrimento, mas o fim de muitos sofrimentos que norteiam nossa vida e atrapalham muito ela.

Vou usar alguns exemplos com iluminados de outras crenças, mas também budistas, sei que muitos se incomodam com isso, mas é que mais exemplos fica mais forte, peço a compreensão de todos.

Jesus sofreu na cruz, Buda sofreu quando comeu carne de porco estrada, fato que o levou a morte, e também Chico Xavier ficou mal quando foi acusado de farsante e apanhava abusivamente da madrasta. Todos eles são iluminados.

A iluminação não é o fim de todo o sofrimento, mas de muitos que norteiam nossa vida e fazem ela ficar pior.

Para saber mais sobre isso leia o texto: Esclarecimentos Importantes sobre o Budismo 4 – Paixão e Sofrimento

 

4-Quem atingiu o Nirvana não tem mais Desejos

Existem desejos bons e ruins, materialistas e espiritualizados, do ego e do self.

Assim como quem não sofre mais é um termo utilizado no Budismo devido a más traduções, o de se libertar dos desejos para atingir a iluminação também.

Quando no Budismo se fala para se libertar dos desejos, isso significa dos maus desejos, não todos, mas os desejos do ego, os desejos ruins.

Os iluminados também desejam, querem o bem das pessoas, ajudá-las, fazer o bem, isso não é uma coisa do ego.

O desejo é o que impulsiona as pessoas as ações, sem eles não existe um porque ter atividade, No Nirvana nos libertamos de uma maga muito grande de desejos do ego.

Para saber mais sobre isso leia o texto: Esclarecimentos Importantes sobre o Budismo 1 – Desejos e Viver o Presente

 

5-Quem Atingiu o Nirvana não Come Carne

Como dissemos: o Buda morreu por comer porco estragado.

Vejamos alguns exemplos de iluminados que comem carne.

Na verdade Chico Xavier comia carne, ele vivia do que os outros davam para ele, e se dessem carne ele comia.

Um amigo meu estava contando que perguntaram para o Chico:

-Não comer carne é algo elevado?

E ele respondeu:

-Se é elevado eu não sei, só sei que como.

Ou ainda a famosa história de Gandhi:

Uma mãe procurou Gandhi para que ele orienta-se seu filho a parar de ingerir carne, então este iluminado pediu para que os dois voltassem depois de um mês.

Ela voltou e Gandhi aconselhou o menino a não fazer mais aquilo, então a mãe questionou:

-Você pediu para eu voltar daqui a um mês para fazer isso, não podia fazer antes?

Gandhi então respondeu:

-Eu precisei parar de ingerir carne para aconselhar seu filho a também o fazê-lo.

Moral da história: não podemos aconselhar o que não fazemos.