Explicação sobre a Meditação do Vipassana

Por: Eliana

"O que és agora resulta do que já foste. O que serás amanhã será resultado do que és hoje. As conseqüências de uma mente perversa te seguirão como a carreta segue o boi que a puxa. As conseqüências da mente purificada te seguirão como tua própria sombra. Ninguém – pais, parentes, amigos, ninguém – pode fazer mais por ti do que tua mente purificada. A mente bem disciplinada traz felicidade".
DHAMMAPADA – Compêndio budista

A Meditação Vipássana chamada de Meditação da Introspecção ou da Percepção opera em dois níveis: no nível psicológico e no nível espiritual.

No nível psicológico a meditação ajuda-nos primeiro a chegar a um acordo com nossos estados mentais negativos. Aprendendo a observar atentamente as nossas variações de humor e aceitando-as, iremos conhecer os nossos eus secretos: os estados mentais de raiva, culpa, ansiedade, tristeza e depressão. A meditação nos ensina como lidar com todos eles. Estando consciente desses estados, não tentando fugir deles mas aceitando-os realmente como são. Isto significa que nós nem os ampliamos nem fazemos as coisas piores fantasiando, nem sonhamos acordados pensando nos deixar ser apanhados pelas emoções. Ao invés disso, desenvolvemos a conscientização e a observação, nós permitimos que os estados mentais sejam eles mesmos. Então experimentamos por nós mesmos exatamente o que Buda ensinou: observando e vigiando os estados da mente, eles perdem energia, enfraquecem gradativamente e após um tempo extinguem-se completamente.

Do mesmo modo, até mesmo os sentimentos profundamente reprimidos no subconsciente vão emergir e enfraquecer até que tenhamos purificado completamente a mente de todos os estados negativos. Gradativamente começamos a experimentar mais e mais os estados positivos da mente: amor, compaixão, alegria, harmonia e paz. Esta transformação tem seu efeito sobre nossos relacionamentos e na nossa vida diária, fazendo-nos pessoas muito mais felizes!

No nível espiritual, como o processo de purificação da mente continua, com a concentração e a conscientização, surge então a sabedoria intuitiva e começamos a ver a natureza real da mente. Percebe-se e compreende-se as características da vida humana: sua insatisfatoriedade essencial e sua natureza impermanente. A consciência continua operando assim até o momento em que, sendo favoráveis as condições, ela penetra no Absoluto, além do corpo e da mente – O Nirvana.

Trecho extraído de texto do site Lótus (www.geocities.com/Heartland/2630/)
Boletim Flor do Lótus Nº 20 - Novembro/Dezembro de 1998 - ano II