O Sutra de Lótus

 

Antes de revelar o profundo significado de sua iluminação, Sakyamuni teve que preparar os seus discípulos. As verdades da vida eram difíceis demais para serem compreendidas pelas pessoas comuns, pois elas eram intelectualmente deficientes. Além disso, as pessoas desta época, estavam imersas na busca de desejos imediatos e acreditavam que os mesmos representavam a verdadeira felicidade que elas aspiravam. Por essa razão tornava-se imperioso que Sakyamuni as levasse a encarar as duras realidades da vida deste mundo. Primeiramente ele ensinou a futilidade de uma vida repleta de sofrimentos que termina com a morte e a repetição contínua desse mesmo ciclo. A conclusão lógica desse ensino primitivo, que se tornou a base do Budismo Hinayana, estabeleceu que o único meio de escapar dos sofrimentos era extinguir sua fonte - o desejo. Isto implicava na extinção do corpo do indivíduo, por foi considerado que era a origem de todos os desejos. Assim, foi ensinado que todos deveriam procurar a extinção total dos desejos. Esse ensino era uma introdução rudimentar do profundo conceito de void ou kuu.

Assim que seus discípulos começaram a compreender os seus ensinos. Sakyamuni fez cessar a busca do void. Contou-lhes a respeito das maravilhas da terra do Buda e ensinou-lhes que existia um reino longe deste mundo transitório e mundano. Essa terra eterna e feliz que ele acabara de descrever poderia estar na parte leste ou oeste do universo e seus discípulos desejaram renascer em tal paraíso celeste. Estes ensinos passaram a ser chamados doutrina provisória do Budismo Mahayana. Quando Sakyamuni revelou o que mais tarde seria conhecido como Sutra de Lótus, houve uma mudança radical. Ele incentivou os seus discípulos a examinarem suas próprias vidas ao invés de ficarem desejando por um outro mundo.

 

HOBEN (Meios)

Nesse momento, o Buda levantou-se serenamente de sua meditação e dirigiu-se a Sharihotsu, dizendo: "A sabedoria dos budas é infinitamente profunda e imensurável. O portal dessa sabedoria é difícil de compreender e de transpor. Nenhum dos homens de erudição ou de absorção é capaz de compreendê-la

Qual é a razão disso? Um buda é aquele que serviu a centenas , a milhares, a dezenas de milhares, a incontáveis budas e executou um número incalculável de práticas religiosas. Ele empenha-se corajosa e ininterruptamente e seu nome é universalmente conhecido. Um Buda é aquele que compreendeu a Lei insondável e nunca antes revelada, pregando-a de acordo com a capacidade das pessoas, ainda que seja difícil compreender a sua intenção.

Sharihotsu, desde que atingi a iluminação tenho exposto meus ensinos utilizando várias histórias sobre relações causais, parábolas e inúmeros meios para conduzir as pessoas e fazer com que renunciem aos seus apegos a desejos mundanos.

Qual a razão disso? A razão está no fato de o Buda ser plenamente dotado dos meios e do paramita da sabedoria.

Sharihotsu, a sabedoria do Buda é ampla e profunda. Ele é dotado de imensurável benevolência, ilimitada eloqüência, poder, coragem, concentração, liberdade e samadhis ( meditação ), aprofundou-se no reino do insondável e despertou para a Lei nunca antes revelada.

Sharihotsu, o Buda é aquele que sabe como discernir e como expor os ensinos habilmente. Suas palavras são ternas e gentis e podem alegrar o coração das pessoas. Sharihotsu, em síntese, o Buda compreendeu perfeitamente a Lei ilimitada, infinita e nunca antes revelada.

Chega, Sharihotsu! Não vou mais continuar pregando. Por quê? Porque a Lei que o Buda revelou é a mais rara e a mais difícil de compreender.

A verdadeira entidade de todos os fenômenos somente pode ser compreendida e partilhada entre os budas. Essa realidade consiste de aparência, natureza, entidade, poder, influência, causa interna, relação, efeito latente, efeito manifesto e consistência do início ao fim.

 

JURYO (Revelação da Vida Eterna do Buda)

Nesse momento, o Buda dirigiu-se aos bodhisattvas e à grande assembléia: "Homens de fé devota, creiam e compreendam as palavras verdadeiras do Buda." E uma vez mais disse à grande assembléia:" Creiam e compreendam as palavras verdadeiras do Buda." E novamente dirigiu-se à assembléia: "Creiam e compreendam as palavras verdadeiras do Buda." Nesse momento, os bodhisattvas e a grande assembléia, tendo Miroku como líder, uniram as palmas das mãos e dirigiram-se ao Buda dizendo: "Venerável, suplicamo-lhe que nos explique. Acreditaremos e aceitaremos as palavras do Buda. "Eles repetiram essa frase três vezes e então fizeram pela quarta vez: "Suplicamos-lhe que nos explique. Acreditaremos e aceitaremos as palavras do Buda." Nesse momento, o Buda, vendo que os bodhisattvas repetiram sua súplica por mais de três vezes e que não iriam parar, diz-lhes o seguinte: "Ouçam atentamente sobre o segredo do Buda e seus poderes místicos.

Todos os seres dos mundos de Alegria, Tranqüilidade e também de Ira acreditam que o Buda Sakyamuni, após deixar o palácio dos Sakyas, sentou-se no local da meditação não muito distante da cidade de Gaya e ali atingiu a suprema e perfeita iluminação. No entanto, homens de fé devota, já se passaram infindáveis centenas de milhares de nayutas de kalpas.

Suponhamos que uma pessoa possa reduzir quinhentos quatrilhões de nayuta asamkhya de grandes mundos em partículas de pó. Então, movendo-se para o Leste cada vez que passa por quinhentos quatrilhões de nayuta asamkhya de países deixa cair uma partícula de pó. Essa pessoa continua rumando para o Leste até derrubar todas as partículas de pó. Homens de fé devota, qual é a sua opinião? Será que o total de todos esses países pelos quais ela passou pode ser imaginado ou calculado? O bodhisattva Miroku e os demais disseram ao Buda: "Venerável, esses países são tão imensuráveis e infinitos que ninguém pode calcular quantos são, tampouco a mente tem capacidade para abarcá-los. Nem mesmo todos os homens de Erudição e Absorção com sua sabedoria livre da ilusão poderiam imaginar ou calcular esse número. Embora estejamos no estágio de avivartika, não podemos compreender esta questão. Venerável, só podemos dizer que esses países são imensuráveis e infinitos.

Nesse momento, o Buda dirigiu-se à multidão de grandes bodhisattvas: "Agora, homens de fé devota, eu lhes digo claramente. Suponhamos que todos esses mundos, tendo recebido ou não uma partícula de pó, sejam uma vez mais reduzidos a pó. Digamos que cada partícula represente um kalpa. O tempo transcorrido desde que eu na realidade atingi a iluminação supera esse número em cem quatrilhões de nayuta asamkhya de kalpas."

Desde então, tenho estado sempre neste mundo saha, pregando e ensinando a Lei. E onde quer que esteja tenho conduzido e beneficiado as pessoas de quinhentos quatrilhões de nayuta asamkhya de mundos.

Homens de fé devota, durante aquele tempo ensinei sobre o Buda Nento e outros, e descrevi como eles entraram no nirvana. Utilizei tudo isso como um meio para estabelecer distinções.

Homens de fé devota, quando as pessoas vêm ao meu encontro, emprego a visão do Buda para observar a sua fé e ver se as suas demais capacidades são aguçadas ou morosas e então, dependendo da receptividade delas, apareço em diferentes mundos e prego meus ensinos com diferentes nomes e descrevo a duração de tempo durante o qual meus ensinos permanecerão válidos. Em algumas ocasiões, quando faço o meu advento, digo a elas que estou para entrar no nirvana, e também emprego diferentes meios para ensinar a maravilhosa e mística a Lei, alegrando seus corações.

Homens de fé devota, eu, o Buda, observei que há muitas pessoas que se contentam com ensinos inferiores, que são pobres de virtudes e cheias de desejos mundanos. A elas ensinei que em minha juventude entrei para o sacerdócio e mais tarde atingi o anuttara-samyak-sambodhi (iluminação ). Mas, na verdade, a época em que atingi a iluminação é extremamente remota, conforme já disse a vocês. Este é simplesmente um meio que emprego para ensinar e converter as pessoas, e fazer com que sigam o caminho do Buda. Esta é a razão porque falo dessa maneira.

Homens de fé devota, todos os Sutras expostos pelo Buda têm como propósito salvar e iluminar as pessoas. Algumas vezes falo de mim mesmo, outras vezes falo dos outros; algumas vezes revelo a mim mesmo, outras vezes revelo os outros; algumas vezes mostro meus próprios atos, outras vezes, os atos dos outros. Tudo o que ensino é verdadeiro, nada é falso.

Por que faço isso? A razão é que o Buda vê o verdadeiro aspecto do mundo tríplice exatamente como ele é. Não há fluxo nem refluxo de nascimento e morte, nem existência neste mundo e extinção depois. Ele não é substancial nem vazio, não é consistente nem diverso. Não é o que aqueles que habitam o mundo tríplice pensam que seja. Tudo isso o Buda vê claramente, totalmente livre de erros.

As pessoas possuem naturezas, desejos, comportamentos, pensamentos e julgamentos diferentes. Por essa razão emprego diferentes ensinos, várias parábolas e histórias sobre relações causais para possibilitá-las a criarem boas causas. Esta prática, própria de um Buda, eu a tenho realizado ininterruptamente, sem nunca negligenciá-la por um momento sequer.

Desta forma, desde que atingi a iluminação, um período de tempo extremamente longo se passou. A extensão da minha vida é de infindáveis asamkhya de kalpas, e durante esse tempo sempre estive aqui sem ter entrado em extinção. Homens de fé devota, uma vez eu também realizei a prática de bodhisattva, e a vida que eu alcancei ainda perdura sem se exaurir. Ela durará ainda duas vezes o tempo de gohyaku jintengo.

Embora na realidade jamais entre em extinção, prenuncio minha própria morte. Esse é um meio hábil empregado pelo Buda para ensinar e converter as pessoas.

Porque faço isso? Porque se o Buda permanece no mundo por um longo tempo, as pessoas de poucas virtudes não conseguirão acumular boas causas, por viverem na pobreza e na miséria irão se apegar aos cinco desejos e cairão nas armadilhas dos pensamentos ilusórios. Se vêem que o Buda sempre se encontra neste mundo e que nunca entra em extinção, agirão com arrogância e egoísmo, ficarão desencorajados ou se tornarão negligentes. Não conseguirão compreender o quanto é difícil encontrar o Buda e não irão se aproximar dele com respeito e reverência.

Então, como um meio hábil, o Buda diz: "Monges, devem saber que é muito raro viver na mesma época em que o Buda aparece no mundo". Qual é a razão disso? Porque mesmo decorrido um tempo inimaginável de cem, mil, dez mil, cem mil kalpas entre as pessoas de poucas virtudes, algumas terão oportunidade de ver o Buda e outras não. Por esta razão, eu lhes digo: "Monges, é extremamente difícil conseguir ver o Buda". Ao ouvirem essas palavras, as pessoas compreenderão como é rara a oportunidade de ver um Buda. Em seus corações surgirão a vontade e o desejo ardente de contemplá-lo. Assim, elas o respeitarão e se esforçarão para acumular boas causas. Portanto, o Buda anuncia sua própria morte mesmo que na realidade isso não ocorra.

Homens de fé devota, todos os budas ensinam a Lei assim, através de meios. Eles agem para salvar as pessoas, de maneira que o fazem é verdadeiro, nunca falso.

Imaginem, por exemplo, que haja um médico sábio e habilidoso que sabe como preparar remédios para curar eficazmente todos os tipos de doenças. Ele tem muitos filhos, talvez dez, vinte ou até mesmo cem. O médico viaja para uma terra distante para tratar de um determinado assunto.

Na ausência do pai, os filhos bebem um certo tipo de veneno que os faz enlouquecerem de dor e contorcerem-se no chão.

Nesse momento, o pai retorna para casa e percebe que eles haviam tomado veneno. Alguns haviam perdido totalmente a razão, enquanto outros, não. Ao notarem que o pai havia retornado de tão longe, felizes, os filhos o abraçam implorando de joelhos: "Que bom que está aqui a salvo. Fomos estúpidos ao tomar veneno por engano! Suplicamos-lhe que nos cure e nos deixe continuar a viver!

O pai, vendo seus filhos naquele sofrimento, começa a preparar várias prescrições. Colhe excelentes ervas medicinais que reúnem todas as qualidades de cor, fragrância e sabor. Ele então as mói, peneira e as mistura. Oferece uma dose para os filhos e lhes diz: "este é um remédio altamente benéfico que reúne todas as qualidades de cor, fragrância e sabor. Tomem-no e irão se sentir rapidamente aliviados de seus sofrimentos e livres de todos os males.

As crianças que ainda estavam com a mente sã compreendem que se trata de um remédio excelente tanto na cor como na fragrância; pelo fato de beberem-no rapidamente, conseguem se curar por completo da enfermidade. As que haviam perdido a razão alegram-se igualmente ao ver o pai regressar e suplicam-lhe que as cure, porém quando este lhes dá o remédio, recusam-se a tomá-lo. Por quê? Porque o veneno havia penetrado profundamente e a mente delas já não mais raciocinava como antes. Assim, embora o remédio tivesse excelente cor e fragrância, elas não percebem o bem que ele faz.

O pai pensa: "Meus pobres filhos! O veneno ingerido afetou-lhes a mente por completo. Apesar de estarem felizes por me verem e pedirem que os cure, recusam-se a tomar este excelente remédio. Agora terei de recorrer a algum meio para que eles tomem o remédio." Assim sendo, ele diz para as crianças: "Ouçam meus filhos, estou ficando velho e fraco. A minha vida está chegando ao fim. Deixo aqui este excelente remédio para vocês. Devem tomá-lo sem se preocupar se fará efeito."

Logo após ter dado essas instruções, ele parte rumo a outras terras, de onde envia um mensageiro para anunciar aos filhos: "Vosso pai faleceu". Nesse momento, os filhos, ao escutarem que o pai os havia abandonado e morrido, são tomados pela dor e consternação e pensam: "se nosso pai ainda estivesse vivo, teria piedade de nós e faria algo para nos salvar. Porém, ele nos abandonou e morreu em alguma terra distante. Agora somos órfãos desprotegidos e não temos ninguém em quem possamos confiar!"

Sentindo essa angústia constante, por fim recobram a razão e compreendem que o remédio de fato tem excelente cor, fragrância e sabor. As crianças tomam o remédio, sendo portanto curadas de todos os efeitos do veneno. O pai, ao saber da cura dos filhos, regressa imediatamente para casa e aparece diante deles uma vez mais.

"Homens de fé devota, o que acham disso? Poderia alguém acusar este médico habilidoso de mentiroso?"

Não, Honorável.

Então o Buda disse: "O mesmo sucede comigo. Uma infinidade de centenas de milhares de nayuta e de asamkhya de kalpas decorreram desde que atingi o estado de Buda. Porém, pelo bem dos seres vivos, emprego o poder dos meios hábeis e digo que vou entrar em extinção. Entretanto, em vista das circunstâncias, ninguém pode acusar-me de mentiroso."

Nesse momento, o Buda, desejando enfatizar uma vez mais o seu ensino, começa a dizer em forma de versos poéticos...

 

JIGAGUE - Parte em versos do Capítulo Juryo

Desde que atingi o estado de Buda, infindáveis asamkhya de kalpas transcorreram. Constantemente venho pregando, ensinando e propagando a Lei a milhares de seres vivos. Fazendo com que entrem no Caminho do Buda, e tudo isso durante intermináveis kalpas.

Como um meio hábil aparento entrar no nirvana para salvar todas as pessoas. Mas, na realidade, não entro em extinção. Sempre estou aqui ensinando a Lei.

Sempre estou aqui. Porém, devido ao meu poder místico as pessoas de mentes distorcidas não conseguem me ver mesmo quando estou bem perto delas.

Quando essa multidão de seres vê que entrei no nirvana, consagra muitas oferendas às minhas relíquias. Todos abrigam o desejo único e ardente de contemplar-me. Quando esses seres realmente se tornam fiéis, honestos, justos e de propósitos pacíficos, quando ver o Buda é o seu único pensamento, não hesitando mesmo que isso custe a própria vida, então, eu apareço junto à assembléia de discípulos sobre o Sagrado Pico da Águia.

Nesse momento, digo à multidão de seres: Eu sempre estou aqui, jamais entro em extinção.No entanto, como um meio hábil, algumas vezes aparento entrar no nirvana. E outras vezes, não. Quando em outras terras há seres que desejam respeitosa e sinceramente crer, então eu também, junto a eles, pregarei esta Lei insuperável. Porém, não compreendendo minhas palavras, todos aqui insistem em pensar que eu morri. Quando vejo os seres afogados em um mar de sofrimentos eu não me exponho, para dessa forma fazer com que anseiem contemplar-me.

Então, quando seu coração se enche de ansiedade, finalmente apareço e ensino a Lei para eles.

Assim são meus poderes místicos. Por asamkhya de kalpas, sempre estive no Pico da Águia e em muitos outros lugares. Enquanto os seres presenciam o final de um kalpa e tudo é consumido em chamas, esta minha terra permanece segura e tranqüila, sempre cheia de seres humanos e seres celestiais. Vários tipos de gemas adornam seus corredores e pavilhões, jardins e bosques. Árvores preciosas dão flores e frutos em profusão, sob as quais os seres vivem felizes e tranqüilos. As divindades fazem repicar os tambores celestiais interpretando, sem cessar, a música mais diversa. Uma chuva de flores de mandara cai, espalhando suas pétalas sobre o Buda e a grande assembléia.

Minha terra pura é indestrutível, porém, a multidão a vê consumir-se em chamas, mergulhada em sofrimentos, angústia e temor. Esses seres devido a suas várias ofensas e causas provenientes de suas más ações, passam asamkhya de kalpas sem escutar o nome dos três tesouros.

Mas os que praticam os caminhos meritórios, que são nobres e pacíficos, corretos e sinceros, todos me vêem aqui em pessoa, ensinando a Lei. Às vezes para essa multidão exponho que a duração da vida do Buda é imensurável; e para aqueles que o vêem somente após um longo tempo exponho o quanto é difícil encontrar-se com ele.

O poder de minha sabedoria é tamanho que seus raios iluminam o infinito. Minha vida, extensa como incontáveis kalpas, é resultante de uma prática muito longa. Homens de sabedoria, não abriguem nenhuma dúvida sobre isso! Livrem-se das dúvidas definitivamente, pois as palavras do Buda são sempre verdadeiras.

O Buda é como um excelente médico que se vale de meios hábeis para curar seus filhos iludidos. Embora na realidade esteja vivo, anuncia que entrou no nirvana. Porém, ninguém pode acusá-lo de mentiroso. Eu sou o pai deste mundo e salvo aqueles que sofrem e os que encontram aflitos.

Devido à ilusão das pessoas, apesar de eu estar vivo, anuncio que entrei no nirvana. Pois se me vissem constantemente, a arrogância e o egoísmo tomariam conta de seu coração. Ignorando as restrições, entregariam–se aos cinco desejos, e cairiam nos maus caminhos da existência. Estou sempre ciente de que são as pessoas que praticam o Caminho e as que não o praticam, e, em resposta às suas necessidades de salvação ensino-lhes várias doutrinas.

Medito constantemente: Como posso conduzir as pessoas ao caminho supremo e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de um buda?