MISTICISMO, O QUE É?

Por: Carlos Antonio Fragoso Guimarães

Desde sempre, pessoas de todas as culturas, em todos os povos, em todas as épocas, têm relatado experiências de expansão da consciência a níves extraordinários, onde sente-se mais plenos de vida, numa sensação de união íntima de suas almas com Deus, ou com a "Consciência Cósmica". Todos os relatos de experiências místicas têm importantes pontos em comum. Não devemos cair no erro de pensar que estas experiências sejam ocorrências exclusivas de certas períodos históricos, onde predomina um maior grau de histerismo religioso, ou sejam características de pessoas com graves distúrbios mentais. Estes estados alterados de consciência são, hoje em dia, objeto de estudo da Psicologia Transpessoal, que é mais avançada corrente dentro da Psicologia, estudiosa de todo o espectro possível de manifestação da consciência humana. Vejamos o relato de um psiquiatra contemporâneo relacionado ao declínio de uma psicopatologia e com a restauração da saúde mental. O relato é do Professor Stanislav Grof:

No estado de consciência "normal" ou usual, o indivíduo se experiencia como existindo dentro dos limites de seu corpo físico (a imagem corporal), e sua percepção do meio ambiente é restringida pela percepção, fisicamente determinada, de seus órgãos de recepção externa; tanto a percepção interna quanto a percepção das coisas externas do meio ambiente estão confinadas dentro dos limites do espaço e tempo euclidiano-newtoniano. Em experiências psicodélicas, transpessoais e de psicoterapia profunda, ou mesmo através da meditação, uma ou várias dessas limitações parecem ser transcendidas. Em alguns casos, a pessoa experiencia um afrouxamento de seus limites usuais de ego e sua consciência e autopercepção parecem expandir-se para incluir e abranger tudo o que diz respeito a outros indivíduos e elementos do mundo externo. Ele consegue obter informações que, pelos meios sensoriais convencionais, seriam impossíveis. Em outros casos, o sujeito continua experienciando sua própria identidade, mas num tempo diferente, num lugar diferente, ou num diferente contexto, tal como ocorre na chama Terapia de Vida Passada. Ainda em outros casos, o sujeito experiencia um grande identificação com uma onipresente consciência universal, conseguindo abranger elementos que não têm nenhuma continuidade com sua identidade de ego usual e que não podem ser considerados como simples derivativos de suas experiências no mundo tridimensional (Grof, S. Journal of Transpersonal Psychology, vol 4., 45-80, 1972).

Em outra parte de meu trabalho sobre Psicologia Transpessoal e na Home Page sobre Plotino, me aprofundei mais sobre as caracterísitcas que cercam o fenômeno do extase místico. Vamos agora falar de gandes mulheres e homens da história ocidental que deixaram um profundo legado filosófico-religioso, conseqüência direta de suas experiências, e repletas de passagens místicas.