É dito que Deus nos deu o livre-arbítrio. Penso que, na
verdade, nós é que nos damos o livre-arbítrio, nós é que decidimos seguir
seus ensinamentos ou não, suas orientações ou as nossas, os nossos instintos
ou a nossa razão.
Estamos aqui na Terra esquecidos de que somos um Espírito encarnado de
passagem, em busca de mais evolução espiritual. Para alcançar esse objetivo
existem dois caminhos: pelo amor ou pela dor. O segundo é o habitual... Para
evoluir pelo amor é necessário que, pelo livre-arbítrio, uma pessoa decida
fazer as coisas certas, seguindo a orientação do seu Eu Superior e dos seus
Mentores Espirituais. Quando nos deparamos com uma decisão, seja de caráter
existencial ou uma postura emocional, um pensamento, uma atitude, uma fala,
muitas vezes somos movidos pelos nossos instintos primitivos; outras vezes,
mesmo recebendo esse impulso, vindo do nosso Eu Inferior, conseguimos
refreá-lo e acessamos uma informação mais elevada que diz como devemos
fazer, sentir, pensar, falar... O livre-arbítrio é, então, cada um de nós
decidindo a cada momento, aonde quer ir, qual caminho seguir, o que quer
fazer.
Existem aqui na Terra duas estações transmissoras: uma que nos dá maus
conselhos, outra que quer nos purificar. Pelo livre-arbítrio optamos qual
delas queremos ouvir. Algumas vezes dizemos: “Por que Deus não nos mostra o
que fazer para que possamos evitar o erro e o sofrimento?” Ele nos mostra,
sim, nós é que freqüentemente não entendemos... Ele nos fala através da
nossa Consciência; somos nós que muitas vezes não a escutamos. A voz da
Consciência é Deus dentro de nós.
E assim, errando e acertando, caindo e levantando, vamos, com o passar das
encarnações, aprendendo o que nos faz sofrer e o que nos faz felizes, o que
nos traz angústia, o que nos traz paz, o que nos traz estagnação, o que nos
traz evolução. Deus é a voz da rádio do amor que só transmite em sua
programação músicas sublimes, conselhos superiores, palestras edificantes.
Nós todos estamos sintonizados nessa rádio, mas existe uma interferência, um
chiado de uma outra rádio, a da raiva, da agressividade, da tristeza, que
entra na programação trazendo consigo energias de baixa freqüência, num
incentivo às más condutas, aos maus pensamentos, aos baixos sentimentos, com
suas palavras de dor.
Se dependesse só de Deus essa outra rádio não existiria; ela foi criada por
nós mesmos, pois fomos nós que criamos o baixo Astral, com nossos erros,
nosso egoísmo, nossas ações, nossa miopia espiritual. Todos nós somos
responsáveis pela existência do Umbral, ele foi feito por nós, para nós
mesmos. E quando algum de nós vai para lá, após desencarnar, devido à sua
baixíssima freqüência, está indo para um lugar criado por ele mesmo; vai
experimentar seu próprio veneno. Deus não criou o Umbral, o homem o fez e,
hoje, muitos dentre nós lutam para que ele desapareça.
Mas isso só vai acontecer quando, pelo livre-arbítrio, escutarmos a voz da
razão, da Consciência e fizermos apenas o que é certo; quando acabarmos com
a miséria, a fome, a violência, a tristeza, a dor. O livre-arbítrio faz com
que alguns de nós façam guerras, outros façam amor; alguns trabalhem em
atividades que beneficiam o ser humano, outros em atividades que visam
enriquecer, poluir, sujar o planeta e o interior do nosso corpo. Uns
promovem a saúde, outros, a doença; algumas pessoas, pelo seu
livre-arbítrio, fabricam bebidas alcoólicas, cigarro, produzem e vendem
drogas; outras pessoas trabalham em hospitais, em consultórios; alguns
políticos querem o bem do povo, outros, procuram apenas o benefício próprio
e dos seus; enfim, se enxergarmos bem, veremos o livre-arbítrio em todo
lugar, a todo momento, em todas as situações, de toda a população mundial,
dia e noite.
Deus criou o livre-arbítrio? Não, Deus criou o ser humano à sua imagem e
semelhança, puro e perfeito, para aprender a manter-se assim. O que fizemos
com essa criação divina? Sujamos, rebaixamos, estragamos, degradamos, dentro
de nós e fora. Temos a capacidade de ouvirmos mais e melhor a voz da nossa
Consciência, pois não a precisamos buscar em lugar nenhum, ela está dentro
de nós. Mas para isso precisamos um trabalho de faxina interior, dos nossos
pensamentos, dos nossos sentimentos, das nossas atitudes, da nossa palavra.
É como uma lâmpada acesa coberta por fuligem; não precisamos acender a
lâmpada, ela está sempre acesa; precisamos é limpar a fuligem. O que é essa
fuligem? É o que viemos acumulando desde que viemos para essa Terra: o que
fizemos, o que fazemos, o que pensamos, o que sentimos, o que falamos. Cada
pensamento de raiva aumenta a fuligem, um pensamento de amor a limpa um
pouquinho. Cada vez que brigamos no trânsito, sujamos nossa lâmpada; cada
vez que sorrimos para quem buzina atrás de nós, que cedemos espaço para
deixar passar quem está com pressa, limpamos mais um pouquinho. Cada vez que
criticamos alguém, que nos irritamos, que nos impacientamos, que enganamos,
mentimos, a sujamos; cada vez que aceitamos, que compreendemos, que
cumprimos nosso dever com justiça, que falamos a verdade com carinho,
passamos um paninho nela; cada vez que bebemos, que fumamos, que usamos
drogas, aumentamos a poluição de nossa lâmpada; cada vez que bebemos água
pura, que ingerimos alimentos saudáveis, limpamos nossa lampadazinha...
E assim vamos indo, sujando, limpando, estragando, consertando; e o que nos
possibilita fazer as coisas erradas ou as coisas certas? O livre-arbítrio.
Um dia o Umbral vai terminar: quando nós curarmos nosso Umbral interno, pois
nós o fizemos e nós o alimentamos, no nosso dia-a-dia. Cada palavra de
raiva, cada instante de impaciência, cada vez que batemos com força a porta
do nosso quarto, cada vez que buzinamos com irritação, cada vez que
brigamos, alimentamos nosso Umbral. Cada gole de bebida alcoólica, cada
cigarro, aumenta o Umbral. Essa nossa criação é poderosa, ela fala dentro de
nós, ela nos manda mentir, enganar, roubar, matar, suicidar-se... Ela quer
mais gente lá em baixo, ela quer dominar a Terra, ela gostaria de expulsar a
Luz daqui, para reinar soberana, impunemente. Mas a Luz não pode sair daqui,
pois nosso planeta é feito dela, nós somos feitos dela, nossa lampadazinha é
ela... Até o Umbral é feito dela, às avessas. Deus está em todo lugar, é
onipresente, está no Umbral, é também o Umbral.
Precisamos sofrer para aprender? Deus ensina no Umbral. Precisamos amar para
sermos felizes? Deus ensina em nosso coração. Onde se processa a evolução
humana? Na Consciência.
Então, o que é o livre-arbítrio? É uma opção, uma decisão, a quem queremos
servir: a Deus que está na Luz ou a Deus que está no Umbral.
Mauro Kwitko - Psicoterapia Reencarnacionista e Regressão Terapêutica -
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