|
Você
tem medo do escuro, de baratas? Do que você tem Medo?
Por: Sirley Santos M. Bittú
MEDO palavrinha conhecida de todos nós, quem já não teve
medo de algo? Inúmeras pessoas sofrem com seus medos, mas poucas são capazes de
admiti-los, principalmente para não se sentirem infantis ou ridículas.
Há vários tipos de medos, aqueles que sabemos porque existem e aqueles que nem
imaginamos de onde vêm. Nas duas alternativas nos sentimos impelidos a fazer
algo. Algumas vezes o medo é tão terrível que algumas pessoas simplesmente
travam, como se perdessem as forças para enfrentá-lo. Outros reagem ao impulso
agredindo seu provável agressor. As reações dependem de um conjunto de
características pessoais onde se incluem sua forma particular de entendimento do
mundo e suas características de personalidade influenciadas pela saúde emocional
de cada um.
Paradoxalmente o medo nos serve como parâmetro quando está aliado a dados de
realidade, nesse caso, damos a ele o nome de cautela, sensatez e até mesmo
maturidade.
Em outros momentos o medo está relacionado a nossa área da ilusão e da fantasia.
O medo do escuro, de baratas, de ratos, ou até mesmo da morte, nasce da mesma
matriz, a sensação de fragilidade e da necessidade de se proteger,
correlaciona-se a nossa autopsiam e às nossas crenças. Mas não podemos esquecer
que estamos falando de um sentimento e portanto é dominado pela esfera das
emoções e não da razão.
É comum ouvir frases do tipo “racionalmente eu sei que a barata nada pode fazer
contra mim, mas, é algo mais forte que minha razão, o medo toma conta de tal
forma que perco o controle, corro, grito e se não tiver como fugir, chego até a
desmaiar”... esses e outros relatos são comuns no consultório quando falamos de
medos.
Alguns dos caminhos utilizados para tratá-los em psicoterapia, é a busca de
significados associados, geralmente um medo está entrelaçado a uma cadeia de
significados. Para facilitar a compreensão imaginem uma cebola: a camada mais
visível seria a fonte de temor (barata, bola, bexiga, água, namorar, dirigir
etc...), e as outras, até chegar ao miolo seriam os outros significados
associados. O núcleo ou o que gerou o problema relaciona-se à sua história de
vida, ou seja, os fatos propriamente ditos, captados pelas “lentes” de suas
características pessoais, por exemplo, sua forma de vivenciar, perceber e
entender os acontecimentos. No Psicodrama utilizamos jogos, trabalhos em grupo,
dramatizações e psicodramas internos para atingir esses esclarecimentos, ao
passo que se trabalha a percepção de si, o autoconhecimento o fortalecimento da
auto-estima, e da autonomia. Fantasia e realidade, mundo interno e mundo
externo, são considerados dinamicamente.
Era prática comum associar medos a “coisas de criança”, ou “coisas de mulher”,
subestimando os males causados por esse sentimento e ao mesmo tempo associando
um caráter de fragilidade àqueles que o assumissem. Isto fez (e ainda faz) com
que muitas pessoas deixassem de falar sobre seus sentimentos e principalmente
demorassem para descobrir que os medos podem ser tratados e resolvidos a medida
que aprendemos a lidar com eles. Muitos homens sofreram e ainda sofrem com esse
preconceito, mas felizmente na atualidade as pessoas estão cada vez mais
voltadas a buscar uma melhor qualidade de vida, buscando ajuda para suas
questões com profissionais especializados.
O medo é o termômetro humano para a preservação e proteção da própria espécie,
quando passamos a evitar a vida (como se fosse possível) por medo de vivê-la,
estamos “usando” esse sentimento nocivamente.
Portanto se você tem algo que lhe incomoda, qualquer tipo de medo, não importa
se for de bichos, coisas, objetos, ou mesmo de se relacionar não deixe de
procurar ajuda, pois certamente você estará trabalhando em prol de sua
liberdade, transformando sua vida num caminho mais prazeroso e feliz.
Considero este tema muito amplo e interessante, neste artigo abordei apenas
algumas faces desta questão, existem obviamente outros graus de medo muito mais
limitantes como o Pânico e outros tipos de Fobias por exemplo, que abordarei nos
próximos artigos.
Voltar para
Dificuldades -
Voltar para Pagina Inicial
|