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O
Elo de Conexão com o Inconsciente
Por: Luís Vasconcellos
Os símbolos aparecidos em sonhos ou a Intuição são um
claro sinal de que houve uma ativação da nossa conexão com o Inconsciente.
Esta assim chamada “ponte” serve para que os conteúdos do Inconsciente
transitem através dela e que sejam então reconhecidos pela consciência de
vigília. Quando este elo está ativado nós “sabemos das coisas” com uma
força e clareza incomuns ainda que, nem sempre a gente tenha uma noção
clara do “como sabemos”. Deste modo lidamos com os sinais e os presságios
que estão presentes sutilmente em toda a nossa experiência cotidiana.
Cabe a cada um de nós perseguir, de modo deliberado e consistente, o
fortalecimento do elo de conexão da nossa “cabeça pensante” e o
Inconsciente profundo. Quando cometemos enganos na interpretação dos
“toques e sinais” do Inconsciente, estes são devidos ao apego aos nossos
“sempre os mesmos” pontos de vista; às necessidades pessoais e carências
particulares; aos interesses conscientes e às falsas expectativas
nutridas. Todos estes “componentes” servem de RUÍDO e de ATRITO na
comunicação entre a nossa mente intelectual e o “pensamento silencioso”.
Tais ingredientes prejudicam o livre trânsito de conteúdos na ponte
consciente/inconsciente. Eles mascaram de subjetividade e de projeções a
nossa percepção da realidade. Daí se explica que o nosso poder de
interpretar as manifestações de nosso “outro lado” seja, em geral,
carregado de incompreensões e subterfúgios, pois resistimos a aceitar que
alguma OUTRA FUNÇÃO dentro de nós, de uma maneira estranha e
surpreendente, lide também com nossa vivência do mundo e influa
decisivamente na própria experiência individual. Contudo... esta é a
verdade...
As pessoas que mais renegam seu universo subjetivo são as que mais se
tornam vítimas inconscientes de sua subjetividade inerente.
Se nosso “piloto automático”* está dominante, nosso elo de conexão com o
Inconsciente sofre um processo de CORTE e de CENSURA contínuo, acabando
por fazer com que nossa experiência individual torne-se tímida e retraída.
Quando isto está estabelecido perdemos a criatividade e a originalidade
infantis e nos tornamos cada vez mais repetitivos, previsíveis e
“coerentes”. Com o tempo não precisamos mais de ser supervisionados, pois
nós mesmos passamos a cuidar de “guardar“ nosso plano consciente de
qualquer “invasão” indesejada do “desconhecido”. Neste caso, pensamos,
agimos, explicamos e justificamos tudo e todos de acordo com o
REGULAMENTO* que nos foi ensinado e que se ENCONTRE VIGENTE em nosso
“PILOTO AUTOMÁTICO” consciente. A perda da qualidade individual da
experiência nos torna deprimidos, conformados e auto punitivos.
Todos somos, sem exceção, um veículo para a manifestação do “espírito
universal” mas não o sabemos ou, melhor dizendo, SOMOS ENSINADOS e
exigidos para que deixemos de sê-lo. Esta vitalidade e força apontam para
experiências incomuns de nós mesmos, contudo o “piloto automático” nega
tão ferozmente a simples existência de um plano desconhecido que quase
todas as possibilidades de conscientização das experiências vitais se
esgota por falta de atenção e de elaboração adequadas.
Para alguns de nós há uma voz interior; para outros surgem fórmulas
matemáticas e estruturas geométricas; a música ou a pintura; a poesia ou a
dança; o trabalho continuado ou o esforço concentrado; a capacidade
estratégica ou o poder de materializar suas visões... mas, nós, esquecemos
que, sendo veículos para a manifestação de nossa vitalidade psíquica
devemos nos fazer disponíveis, em um estado de soltura e de leveza.
Com a maioria de nós ocorre justamente o contrário e nos censuramos e não
permitimos o toque do espírito em nossas vidas. Depois, nos queixamos de
nossa vida sem GRAÇA* ou, pior, enchemos nossas vidas de tranqueiras
desnecessárias (entulhos) e que não traduzem necessariamente uma melhor
qualidade de vida.
Cabe a cada um de nós, quando adultos, fazer um aceno para o “espírito
vital” que habita nosso mundo íntimo, de modo a resgatar nosso elo de
conexão com ele. É devido ao fato de que a maioria de nós age com
relutância e medo perante este elo que nosso Inconsciente acabe sendo
forçado a se servir de representações, às vezes complicadas, para se fazer
perceptível e compreensível à nossa consciência de vigília.
Glossário:
Piloto automático: campo consciente, consciência de vigília, pensamento
linear e intelectual etc...
Regulamento: conjunto de crenças e de explicações convenientes a um
determinado tempo histórico; padrões de explicação e de crenças comungadas
por toda uma comunidade histórica e geograficamente situada. O conjunto de
axiomas nutridos pelas crenças compartilhadas de uma comunidade.
Graça: Ela pode ser definida como o espírito universal que atua dentro do
corpo. A graça é um estado de pureza, de inteireza, de conexão com a vida
e de unidade com o divino. É também um estado de saúde que gera uma
amabilidade nas atitudes da pessoa para com ela mesma e para com tudo que
a cerca.
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