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Nós
Somos o que Acreditamos Ser
Por: Maria Aparecida Diniz Bressani
Todo ser humano busca apenas uma coisa em seu viver: ser feliz!
Cada pessoa, em sua individualidade, tem dentro de si a sua
crença pessoal do que é felicidade e passa a vida procurando-a e lutando por
ela. Mas a vida é sempre uma incógnita. Está, a todo o momento, nos pregando
peças. Às vezes estamos passando por momento tranqüilos, mas nos sentimos
confusos, tristes, melancólicos e até mesmo deprimidos. Não entendemos porquê
estamos assim se aparentemente está tudo correndo bem.
Ou, às vezes, acontece o contrário: de repente, quando menos
esperamos, estamos trilhando caminhos pelos quais não sabemos como viemos parar
neles; estamos numa roda-viva, onde tudo parece acontecer o oposto do que
esperávamos.
Aí, vêm as perguntas: “Como?”... “Por que?”... “Para quê?”...
E o pior é que nem sempre conseguimos as respostas e sofremos. Sofremos por não
encontrar as respostas e por não entender os porquês, conseqüentemente, não
aceitamos viver naquela situação que – temos certeza – não escolhemos. Fomos
jogados nela! Sentimo-nos infelizes, parece que nossa cabeça não pára de dar
voltas... ficamos zonzos. Parece não haver solução. Estamos irremediavelmente
perdidos... não temos escolha! Será?!
Normalmente quem está passando por este tipo de angústia pensa que se conhece e
acredita ser quem pensa que é, mas na verdade, a própria situação de vida mostra
que não é bem assim.
Quando estamos dentro de uma situação como esta, o primeiro passo
é parar e se perceber. Perceber a sua cota de responsabilidade sobre a tal
situação – esta que está te afligindo – e, aí, entender que, se fomos parar em
dada situação podemos também sair. Faz-se necessário rever as escolhas.
Para que possamos fazer uma escolha qualquer é importante ter bem claro o que
queremos e para que isto aconteça precisamos olhar para dentro de nós mesmos.
Existem várias maneiras de se ter essa atitude de se olhar para
dentro de si mesmo.
A religião é uma delas. Dirigimos nosso olhar e nossos
pensamentos para Deus (nosso Deus interior), pedimos para que Ele nos ilumine,
que ilumine o nosso caminho, que nos dê o discernimento necessário para se fazer
à escolha mais adequada. E aí pedimos: “MEU Deus, me ajude!”
Yoga e meditação também são ótimas alternativas. Aprendemos a nos autocentrar e
a nos autoconcentrar.
A psicoterapia é outro caminho. A psicoterapia nos ajuda a
compreender o porquê de nossas escolhas. É um poderoso instrumento que pode nos
servir de auxílio para nos resgatar; resgatar nosso verdadeiro Eu e colocá-lo em
nossa vida, de forma atuante, dando-nos a sensação de autonomia, plenitude e bem
estar.
A psicoterapia junguiana leva-nos a entender os significados de nossas escolhas.
Para Jung o ser humano vive em função do significado que ele dá à própria vida e
às situações em que vive. Os significados que damos à nossa vida são gerados
pelas nossas crenças e leis internas. E, se essas crenças e leis internas foram
geradas pela educação, herança cultural ou questionamento pessoal do que
consideramos certo ou errado, não importa, pois torna-se então a nossa Verdade
e, assim, acreditamos serem nossas essas Verdades. Sempre temos uma boa
explicação do “porquê” estamos vivendo o que vivemos!
O processo de psicoterapia junguiana nos ajuda a compreender o que acontece no
nosso interior através da observação do próprio comportamento. Com a
auto-observação nos damos conta de nossos comportamentos repetitivos, que nos
são improdutivos e/ou autodestrutivos – frutos daquelas crenças (Verdades,
muitas vezes, absolutas) – nos impedindo de ser felizes. É através da
auto-observação (autoconhecimento) que percebemos os vários caminhos percorridos
onde erramos e acertamos, revendo, assim, as crenças (ou Verdades) que nos
conduziram a estes caminhos que nos trouxeram onde estamos hoje.
Podemos sempre nos modificar e melhorar. Somos seres mutáveis por natureza e
vivemos em constante mutação. A vida nos permite crescente desenvolvimento e
evolução em todos os níveis, além de um ‘continuum’ em ampliação e expansão de
consciência.
Este “continuum” em ampliação e expansão de consciência acontece quer queiramos
quer não. A própria vida e as situações em que vivemos se encarregam para que
isto aconteça. Faz parte da arte do viver e da nossa evolução enquanto ser
humano. Quanto mais nos ajudamos neste processo de evolução, através do
autoconhecimento, mais crescemos e evoluímos seguindo o fluxo da vida e, mais,
realmente, saberemos o que queremos e qual a melhor escolha a se fazer; porque
quando eu sei o que é melhor para mim, eu sei o que quero e escolho o que me é
mais adequado e propício.
E, através do autoconhecimento podemos nos aproximar mais de nós mesmos,
enquanto ser humano e indivíduo, encontramo-nos, então, com nossa verdadeira
essência, conhecemo-nos realmente e nos apercebemos de nossos mais autênticos
recursos internos. A partir daí, desenvolvemos uma imagem mais realística de
quem somos e então, teremos a verdadeira sensação de autenticidade, plenitude e
bem estar, que é efetivamente a sensação de felicidade. Porque não existe maior
felicidade do que a autonomia de poder ser Eu mesmo, de verdade.
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