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É
Preciso Amar
Por: Maria Aparecida Diniz Bressani
Os relacionamentos equivocados que temos
são frutos da grande confusão de quem somos, de como devemos agir, de como
não devemos agir... portanto, de todas as estereotipias sociais. É claro
que devemos seguir as convenções sociais, mas devemos, também, ter a
capacidade de “filtrá-las” e adequá-las à nossa personalidade; porque
senão fica como se pegássemos uma roupa de outra pessoa e a vestíssemos,
só que é um número menor ou maior e não ficamos confortáveis.
As pessoas se queixam muito de não estarem se relacionando ou que os
relacionamentos que vivem não lhes são satisfatórios. Mas o que fazemos
para torná-los satisfatórios? É fácil queixar-se e contabilizar o que o
outro não fez pela relação. É fácil mensurar que você está dando mais para
o outro do que o outro para você. Como se fosse - mesmo - fácil medir quem
dá mais! Já inventaram o “metro do amor”? Ou foi a “balança do amor” que
inventaram? Cada um dá o que pode dar!
Todos trazemos uma infinidade de necessidades e esperamos que o outro as
supra: por isso tanta infelicidade e desencontro. Ninguém tem a capacidade
nem o poder de suprir tudo que precisamos para ser felizes.
O que mais percebemos, então, é o desencontro amoroso; todo mundo se
economizando, esperando o outro dar, se entregar para depois se dar, se
entregar – de conta-gotas - é claro! Medindo seus atos e palavras. Ou,
então, ao contrário, dando de baldes, como se Amor fosse uma “isca” para
pegar o outro. Faz-se necessário desenvolver a capacidade da entrega!
É óbvio que relacionamento não é tão simples assim. Existem dois quereres,
dois corações que batem na expectativa de serem felizes.
Em toda e qualquer situação de vida – principalmente num relacionamento
que queremos que seja amoroso – devemos sempre estar atentos se estamos
confortáveis; caso não o estejamos, devemos nos colocar nesta sintonia ou
sair da situação.
Mas como, então, conseguir nos colocar de forma confortável numa situação
amorosa?
Primeiro: o Amor não se busca fora de nós. Ele está dentro de nós e fora é
apenas reflexo. Jung já dizia: temos tudo dentro de nós! Inclusive o Amor.
O relacionamento amoroso acontece na nossa vida para se compartilhar o
Amor.
Compartilhamos o Amor que temos dentro de nós com alguém que julgamos
especial, e temos afinidade. E este alguém compartilha o Amor que tem
dentro de si conosco, pois nos julga especial. Eis porque sofremos tanto
quando não estamos tendo um relacionamento amoroso: não nos sentimos
especiais! Ledo engano acreditar que só quando estamos tendo um
relacionamento amoroso somos especiais. Por isso tamanha carência!
Somos especiais e ponto. Somos especiais porque somos únicos. Somos
especiais porque somos singulares na nossa forma de ser e de agir. O nosso
jeito de ser é só nosso, se outra pessoa se puser a fazer alguma coisa
como nós a fazemos será uma simples cópia, porque nós somos o original.
Portanto, a nossa forma de expressar, seja amor ou opiniões, é única e
intransferível!
Ao nos dar conta dessa nossa singularidade enquanto indivíduos devemos
também, em seguida, nos dar conta de quais são nossos códigos. Digo sempre
que nos relacionamos com a vida através de códigos pessoais e que dentro
da nossa singularidade temos nossos próprios códigos sobre tudo na vida.
Portanto precisamos aprender quais são nossos próprios códigos para que
possamos “imprimí-los” em nossas vidas de forma consciente e,
conseqüentemente, aprender sobre os códigos das outras pessoas, para que
possamos decodificá-los quando essas mesmas pessoas se expressarem para
nós através de seus códigos, também únicos e singulares. Caso contrário,
por exemplo, quando alguém expressar seu amor para mim e se eu for usar
meu próprio código posso não conseguir decodificar adequadamente e
entender que essa pessoa não me ama, enquanto que, na realidade, essa
pessoa tem um código diferente do meu para a expressão do seu amor. Então,
quando nos damos conta de que cada indivíduo tem seu próprio código do que
é Amor, concluímos sobre a impossibilidade de mensurar a expressão do
Amor.
Embora seja gostoso nos sentir amado por alguém que julgamos especial, o
mais gostoso é sentir o Amor em nossa vida; e isto nós podemos ter: o Amor
está dentro de cada um de nós; precisamos apenas reconhecê-lo,
decodificá-lo.
Perceba o quanto você é especial e único. Perceba o seu jeito especial de
amar e de expressar esse Amor. Afinal, não tem jeito certo ou errado de
amar ou de expressar seu amor, porque cada um tem um jeito próprio e único
de amar e expressar o Amor.
Por isso, eu convido você a Amar! Ame a
vida! Ame a você primeiramente e, depois, transpire amor, exale amor...
transborde amor em sua vida, para todos os lados e para todos os que o
cercam.
Porque, enfim, AMAR é preciso!
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