AQUI E LÁ, AGORA E SEMPRE |
Da melhora que buscas.
De nada te lastimes,
Ontem não mais existe.
De tudo o que se foi
Só a lição perdura.
Sob o eterno presente.
Lançando ramos novos.
Não pares, segue e serve.
Deus cuidará de ti.
Emmanuel (Espera Servindo, ed. GEEM,
psicografias de Chico Xavier)
O que vem a ser o amor? Uma vez esta pergunta
foi feita ao Stil pelo querido Augusto Cesar Vannucci, num dos intervalos de
criação dos especiais infantis da Rede Globo. O Stil respondeu que era um
sentimento que nascia entre duas pessoas ou entre uma pessoa e uma causa, e que
decrescia após um certo tempo, quando a curiosidade que direcionara o interesse
para a coisa amada fosse satisfeita. O Augusto fez aquela cara de “te
peguei”, e disse: “Isso não é o amor. Só o amor universal pode ostentar
esse nome.”
Tanto tempo se passou, e eu penso que o
problema nasce da incapacidade de conseguirmos a palavra exata para cada
sentimento. Por exemplo, o que Hitler sentia pelos arianos era amor? Ele diria
que sim... por mais que esperneássemos afirmando que ali se tratava de ódio
pelas outras raças. Quem sabe o que está sentindo é a própria pessoa,
portanto, o amor é um valor relativo. A amizade, o companheirismo, a
maternidade, a solidariedade, a afinidade, tudo isso pode ganhar o rótulo de
amor. Talvez no Além, com todas aquelas letras do idioma universal, haja maior
exatidão... Então, pedimos ao leitor que nos perdoe se esse sentimento não
lhe parecer apropriadamente colocado.
Amor universal certamente é o que Julinha
praticava no Instituto Espírita Joanna de Ângelis, na cidade
do Rio de Janeiro (Av. Na. Sra. de Copacabana, 1183, 7o
andar), com as suas fiéis colegas de jornada. Elas ainda se reúnem todas
as terças e sextas-feiras (sob a direção das incansáveis Emília e Nizinha)
para reformar e costurar roupas e uniformes para as crianças do grupo primário
mantido pelo Instituto. Após a partida de mamãe, elas carinhosamente
batizaram o Grupo de Costura com o nome de Julinha. E o amor que
ela dedicava às crianças não era menor do que espalhava para todas as pessoas
com quem tinha contato. O seu passamento não interrompeu esse fluxo amoroso...
Quando a nossa inesquecível Gabriela, uma
amiga de mamãe, foi avisar do desencarne ao brilhante Divaldo Pereira
Franco, este a interrompeu antes que ela pudesse falar. Ele disse: “Ah,
Gabriela, se vem falar de Julinha, não precisa. Já sei... Ela está ao nosso
lado rindo para nós.”
No nosso segundo artigo, a mensagem que Julinha
nos presenteou através da psicografia, pode ser encontrado por extenso.
Entretanto, a emoção de ouvir claramente a voz de quem se foi só pode
ser devidamente descrita por quem já experimentou a TCI. Se o leitor se
contenta em ler e aceita qualquer coisa escrita como verdade absoluta, tudo bem.
Mas tomamos a liberdade para sugerir que não acredite em uma palavra dos nossos
artigos e comece as suas sessões por si mesmo. O primeiro álbum dos
Mamas and the Papas se intitulava IF YOU CAN BELIEVE YOUR EYES AND EARS – ou,
SE VOCÊ CONSEGUE ACREDITAR NOS PRÓPRIOS OLHOS E OUVIDOS. Nada mais a propósito!
O primeiro passo é o desbloqueio, ainda que Eles pouco se importem com a sua
possível falta de fé e enviem as vozes de qualquer jeito. Crentes ou ateus são
atingidos, pois é muito comum uma graça ou uma desgraça transformar um no
outro.
Eles nos tratam por nomes como “minha
vida”, “querido”, “meu filho”, dizem palavras de
conforto como “estou contigo”, “não se preocupe”, “doeu?
– melhorou? – melhorou, né?”, ou acusam a presença nos chamando
pelos nossos nomes ou apelidos (Lázaro, Piu, Stil, Cris, Romero, Paulo,
Ferroli...) ou dando os seus (Júlia, Richard, Carlos, Paula, Landell,
Antônio...), e ainda brincam conosco, como a resposta do Vannucci, ao
imitar o som da buzina do Chacrinha, sobreposta ao “TÔ!” (como
dizendo: “estou presente!”). Isso é amor na forma de vozes, carregadas das
entonações características de seres humanos. Além disso, deixam passar
informações “locais” como o choro de um bebê, trinados de pássaros,
trovoadas, ou comparações sutis em relação ao nosso tempo e o do Lado de Lá.
Eu digo (17/10/97): “...no relógio da parede são vinte horas e sete
minutos,,,”, ao que mamãe sobrepõe: “no seu relógio...”.
Ajudava uma amiga a desenvolver sua palestra
a ser apresentada no II-CIT (que infelizmente não pode ser apresentada por ela
ter sofrido um acidente), e ao ler a relação das suas captações, achei muito
interessante saber que as entidades são organizadas em filas para que se
comuniquem conosco. Fato bem terreno, não é? No dia seguinte (7/7/97) eu
aproveitei para perguntar aos amigos de Lá se a Estação servia algum tipo de
alimento para amenizar a espera. Qualquer pergunta é válida! Pois me disseram,
sem retificações gramaticais: “...algum dele fora?” e a pronta
resposta: “mas há mais algum pra lanchar.”
Essa abertura só pode ser rotulada como
amor. Amor pelos filhos, pelos animais, pelos amigos, pela humanidade, pela
verdade.