TCI O DEFINITIVO PORTADOR DO CAOS

 

 

 

 

 

 

Tempo - 28 de Agosto, 8 e meia da manhã.

              Lugar - O quarto dos fundos da minha casa, o lugar mais tranqüilo, Rio de Janeiro, Brasil.

Evento - O momento em que eu entro para o rol dos esquisitões.

 

 

 

 

     Eu ajusto o meu equipamento de quarto mundo para a minha sessão diária de TCI, ou seja, utilizando um microgravador Panasonic FP e um rádio comum em interestação. Eu tenho recebido ultimamente algumas respostas para as minhas perguntas e também um monte de vagos monossílabos usuais, que dão a impressão de que às vezes a gente pega as entidades de surpresa.

 

     As primeiras perguntas deste dia não tiveram respostas, então eu rebobinei a fita e tentei algo realmente ousado. Um amigo meu está tentando montar uma exibição etnográfica de Elvis Presley, e eu perguntei às entidades do modo mais ingênuo:

___”Senhor Elvis Aaron Presley, o senhor pode deixar uma mensagem para o nosso amigo L. F. que pretende montar um museu com o seu nome?” Depois de uma série de cliques, uma voz começou uma frase com o som baixo demais, que terminou com um audível (em inglês) “Hop on!”... (ou “Hope on!” ). Acredito que em português a tradução mais aproximada seria “Vá em frente!” (ou “Tenha esperança!”). Eu tive vontade de reconhecer o tom nasal do rei. Céus, era ELE mesmo? Então, como é que ele poderia estar a postos, esperando por uma pergunta que eu tinha decidido fazer na hora? Essa é mais uma gotinha no oceano de dúvidas que a nova infovia tem acumulado nos últimos anos. A minha mente se recusa a pensar do modo antigo!

 

     O primeiro grande mistério é o TEMPO. Nós – quer dizer, mortais como nós – só podemos comparar os momentos que separam um TIC de um TAC; é sempre o presente. O segundo que passou está morto, virou memória... Será assim mesmo? Algumas entidades informam que o principal problema para a TCI do Lado de Lá é o ajuste ao nosso tempo, sincronizar com a nossa dimensão, e algumas mensagens são entregues no passado e até no futuro. Entendeu essa? Então, o senhor Elvis pode simplesmente ter recebido a minha pergunta no meu futuro e ter respondido para o passado dele, permitindo que tal resposta me atingisse no momento correto! Lewis Carroll diria que isso é “ravingly mad”... Eu me surpreendo usando o tempo passado em ações do futuro e vice-versa.

 

     Quando você assume que alguém sabe o que aconteceu e manda uma mensagem para o passado, a minha mente confusa começa a criar fantasias absurdas para que eu possa encarar o paradoxo. Por exemplo, imagine que eu morra atravessando a rua, e corra para avisar a mim mesmo, para o EU do passado, a fim de evitar o atropelamento. Está seguindo o raciocínio? Então, prevenido, eu passo o dia deitado e o acidente não acontece. O que terá sido feito da minha voz do futuro, já que eu não morri? Será que, a partir daí, eu comece a viver em ambos os planos? Ah, o quanto estamos longe da trilha da Verdade! Mas eles mandam MESMO suas vozes para o passado, portanto, o que nos resta é repensar o TEMPO.

 

     Isso me alivia de uma pergunta que a gente quer mas não deve perguntar; o que Deus estava fazendo nos bilhões de anos antes da criação do Universo? A resposta é ele sempre esteve lá! Se houve um big-bang, então isso apenas se seguiu a outra infinidade de eventos. E aí, o que seria nunca? Pelo fantasma de Shakespeare, o que é não ser?

 

     A transcomunicação instrumental está engatinhando na direção da sua segunda fase. Os pesquisadores sabem que as vozes obtidas são reais, inteligentes, que falam sobre coisas que eles ainda ignoram, que a fonte exterior é alguma outra dimensão do tempo-espaço, e há tantas fontes quantas dimensões... As vozes podem ser dos “mortos” ou de entidades que nunca viveram num corpo. Tudo o que podemos fazer por enquanto é ouvi-las e sermos bem modestos quanto ao nosso julgamento. Elas podem, por sua vez, mentir ou então falar de uma “ética superior”, o que seria um conjunto de regras a que todos os Universos devem obedecer (nós também), muito além dos parâmetros terrenos da Lei e da Religião.

 

     Como poderia a toda-poderosa Ciência nos ajudar agora? Se as vozes pertencessem de verdade às entidades, seria fácil compararmos os padrões vocais (funcionam como “impressões digitais” sonoras) antes e depois da morte. Se resultassem iguais, poderíamos afirmar: “É a voz dele sim, e não de mais um imitador invisível do Elvis.” MAS como eles têm que reaprender a falar e usar equipamentos especiais para a materialização das vozes, pode ser que os padrões se percam no processo.

 

     E aí entra a maximização dos resultados. Há duas infovias principais: dessa Terra (mas invisível para nós) e de dimensões tão longe quanto dois graus em espaço e três em tempo, como Marduk, segundo eles mesmos. Essa distância dificulta a sincronização, mas eles evoluem muito rápido! Cada dia há uma novidade para nos deixar de queixo caído.

 

     Agora são transfotos coloridas. Os transcomunicadores são muito cuidadosos com as brincadeiras deste e do outro lado da sepultura. Mas nossos computadores (infelizmente não o meu, ainda) são invadidos mesmo desligados. Este artigo apenas se refere às vozes captadas por gravadores, já que elas trazem consigo o calor e a emoção da entidade. Assim, quero crer que esse processo nunca será descartado; é como comparar um chat na Internet e um telefonema comum. Eu passei a tentar a confirmação do autor daquela voz presleyana, mas sem sucesso até aqui. Se os padrões vocais conferissem... eu prometeria ao cientista que não diria nada a ninguém.

 

     A Ciência poderia nos dar um aparelho que fornecesse às entidades a freqüência necessária e mais todos os ruídos do mundo, mas que resultasse num som sem chiados para os nossos ouvidos. Por outro lado, elas falam de uma energia que é usada nos contatos, então pode ser que possamos fazer alguma coisa do lado de cá da linha.

 

     Pergunta: eles usam alguma energia terrena? Há um grupo de pesquisadores que acredita que sim. O eminente Professor Mário Amaral, por exemplo, afirma que elas usam (ou usavam?) o ectoplasma do transcomunicador, esteja ele presente ou não. Se o pesquisador for um médium – conclui-se – as vozes serão mais claras. Todo ser vivo possui uma quantidade de ectoplasma e talvez os mais aptos fisicamente gerarão mais energia, mas os paranormais terão mais habilidade em doá-la. Estes são conhecidos como “curadores” e a quantidade de energia pode ser observada nas fotos Kirlian. Se for assim, a TCI não está aberta “ao público”, pelo menos com a tecnologia atual. Creio possuir uma dica que em parte confirma isso. Sempre que eu uso a minha manta orgônica, há um número considerável de vozes. A tempo, a manta orgônica captura e transmite uma certa quantidade de energia, combinando no seu interior algodão e palha de aço em camadas. O algodão é a antena e a palha de aço o transmissor. Assim, a manta poderia me dar um tantinho a mais capaz de ser transformado em ectoplasma e utilizado na TCI. Vamos dar um passo à frente, seguindo esse raciocínio.

 

     As pirâmides são conhecidas como um misto de antena e acumulador. Algumas experiências com lâminas de barbear, e até com seres vivos foram bem sucedidas, pois foram observadas algumas modificações das composições químicas dos mesmos. As entidades sugeriram aos transcomunicadores de Luxemburgo a utilização de um cilindro orgônico, dentro do qual o material de comunicação foi adaptado em prateleiras. Houve uma melhora considerável nos resultados... incluindo ligações telefônicas do Lado de Lá. Como seria o gravador “perfeito” de TCI? Acredito ser uma combinação de tudo o que foi dito acima, adaptado em uma plataforma dentro de uma pirâmide (a um terço da altura a partir da base) com uma das faces voltadas para o Norte. Pode parecer esquisito, mas é a reunião de tudo o que nos foi enviado pelas entidades, somado aos experimentos dos pesquisadores.

 

     Isso nos leva à Queops original, as câmaras reais vazias no terço da altura e tudo o mais. Seriam as pirâmides antenas monumentais? Talvez com o propósito de uma TCI na antigüidade? Ou um portal ciclópico para aportes humanos? Por enquanto, nada mais do que suposições.

 

     Uma coisa eu tenho certeza, Elvis está vivo no duro! I’m all shook up.

 

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