Ninguém objeta quanto à qualidade dos elevados
propósitos.
Não se faz qualquer restrição à nobreza de
tais sentimentos.
A caridade é sempre uma luz acesa vencendo
trevas.
Por isso mesmo não é lícito eximir-se alguém
de clarificar-se com a luminescência que dela
emana.
Quem conduz uma luz beneficia-se primeiro.
Generaliza-se uma prática que, embora
edificante, tem assumido um caráter passadista.
Pessoas generosas, que desejam auxiliar, sempre
se eximem de fazê-lo, justificando-se falta de
tempo, de saúde, poucas possibilidades econômicas...
E encaminham os necessitados que lhe buscam o
concurso a outras que lhes parecem bem
aquinhoadas, valorosas, sem problemas...Mas que
os têm, igualmente, só que se não queixam,
fomentando o comércio do desânimo e da
insensatez.
São criaturas bem formadas, sem dúvida, as que
assim procedem, no entanto, se recusam a alegria
de servir, a bênção de socorrer, a felicidade
de amar.
Claro que ante à impossibilidade real de
fazer-se o bem, a atitude encaminhar o aflito a
uma fonte abençoada é correta.
Não, porém, como um hábito constante,
transferindo-se a caridade de domicílio e de mãos...
Quando alguém te chegar em sofrimento, sempre
poderás auxiliar, se o quiseres.
Não mensurando tempo nem examinando valores,
deves repartir dádivas e repartir-te no ministério
da caridade com Jesus.
Caridade transferida - socorro tardio.
Conhecendo alguém que se afadiga no labor
santificante da caridade, corre em seu auxílio,
ao invés de o sobrecarregares com novas incumbências
e maior soma de responsabilidades.
Detendo-te a meditar na “Parábola do Bom
Samaritano”, compreenderás a necessidade de
fazeres, tu mesmo, a caridade.
Não mandes outrem realizá-la em teu lugar.
Não postergues o teu momento de felicidade.
Jesus jamais se poupava, transferindo labores.
Inclusive na cruz, quando solicitado pelo
atormentado bandido, que Lhe rogava ajuda,
distendeu-lhe a mão generosa da esperança, em
nome da excelsa caridade de Nosso Pai.
(Divaldo
P. Franco por Joanna de Ângelis. in: Oferenda)