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O TAO DO I CHING Dê um passo em direção ao I Ching e ele dará dois em sua direção Por: Oscar Maron Professor e Consultor de I Ching Flor de Ameixeira Certa vez, assistindo a um documentário na TV sobre um mosteiro Zen, vi uma cena interessante e, ao mesmo tempo, hilária: um trepidante repórter, ansioso por fazer uma matéria “sublime”, adentrou o templo e cumprimentou o monge de modo esfuziante: - Como vai você? E o monge respondeu: - Aqui não perguntamos “como vai você”; perguntamos “quem é você”. E o atônito repórter ficou desconsertado, sem saber o que dizer. Bela lição, esta: para compreender como vai nossa vida, o melhor seria perguntar a nós mesmos “quem somos”. Nossa identidade pessoal está intimamente relacionada ao nível de consciência em que operamos. Assim, diferentes modos de conhecer correspondem a diferentes níveis de consciência. Na realidade, a maneira pela qual a mente observa, define e interpreta uma situação é também o modo como se engaja na ação. A mente participa daquilo que acontece através da compreensão que tem dos fatos. Tomamos decisões em função de nossas avaliações. O homem é prisioneiro de seu horizonte, e a realidade não é só mais estranha do que supomos, é mais estranha do que podemos supor. Na verdade, pensar a realidade teria de incluir o pensar sobre o pensar, pois a realidade percebida é igual à mente que a percebe. O I Ching é um método de pensamento. É considerado em todo mundo chinês o fundamento de todos os conhecimentos. Permite pensar sobre o pensamento e nos ensina a ver o que se esconde por trás das aparências sensíveis. Na cosmovisão do I Ching, o universo, ou seja, a totalidade, tem uma concepção dinâmica. O Tao é ao mesmo tempo:
O autoconhecimento, a metafísica e a iluminação são alguns dos temas do I Ching O outro grande tema do I Ching – e que constitui sua própria essência – é o Oráculo, principal razão do fascínio que exerce sobre quem o conhece e de seu grande sucesso e aceitação em várias áreas e atividades profissionais. É sempre sábio consultar o Oráculo do I Ching para entender a realidade pessoal, a lógica da vida, do outro e o mundo. Não é à toa que na mitologia Hindu, tão antiga quanto o Taoísmo, Ganesha, o deus da sabedoria, é simbolizado pelo elefante, que tem grandes orelhas para escutar. Ouvir o I Ching é sempre uma aula de sabedoria sobre a nossa real
situação e necessidade de ação. O Oráculo nos dá uma série de informações (textos, símbolos, dados
astrológicos) que têm de ser organizados e mediados pela sabedoria –
reunir o contraditório, o um ao múltiplo, a lógica àquilo que ultrapassa
a lógica. A avaliação oracular precisa reunir o fato ao sujeito, a
informação ao contexto e, eventualmente, reunir entre eles contextos
diversos. Para avaliar com sabedoria uma resposta é preciso ser tão
sábio quanto o I Ching permite ser. A inteligência, já dizia Piaget: “é
a capacidade de fazer infinitas combinações”. O I Ching é a Arte do Caminho, o Tai Chi da Consciência. Sua
sabedoria transcende a distinção entre a mente e a realidade, e revela o
caminho da integração da consciência com a eficiência invisível que
conduz o mundo.
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