A palavra misticismo é proveniente do termo
grego “mystikos” e significa o indivíduo iniciado numa religião de
mistérios. Nessa área de pensamento há uma constante busca da comunhão com
uma consciência divina. Segundo Santo Agostinho, o misticismo é todo o
conhecimento de Deus obtido pela própria experiência intuitiva e direta.
Essa ideia abrange a noção de que todos nós somos Deus,
cada um de nós pertence a uma grande verdade que gera e administra o
universo, e tudo que o compõe. A experiência com essa consciência divina nos
leva a algo superior e , ao mesmo tempo, interior.
Numa visão geral, o misticismo refere-se à uma
realidade suprema que insere o ser humano a uma experiência mística
transcendente, acima das bases dos sentidos humanos. Por ser elevada e
interior, torna-se numa experiência invisível e incomunicável aos olhos
externos.
A Teologia Católica considera o pensamento de Santo
Agostinho, referente à existência de Deus ser independente do tempo humano;
a consciência divina é algo pertencente a um “presente eterno” inserido no
universo criado.
No pensamento de Agostinho, a alma é o centro do
interior espiritual de cada um, nela está expresso toda a verdade e bases
para o desenvolvimento da perfeição, por ser obra de um ser perfeito e
supremo, seu destino é a perfeição. Por estar destinada a trilhar essa
estrada suprema, como se a alma estivesse retornando ao pai, mesmo por
caminhos tortuosos, ela pode entrar em conflito com o mundo exterior, humano
e errante.
A alma é uma criação de Deus, uma essência sem
substância de origem detectada pelos homens, o pensamento místico de
Agostinho revela que a alma é gerada e iluminada pela luz divina, sem
desfazer de sua individualidade. Em seus estudos sobre o misticismo e sobre
o seu esforço perante o pecado, Agostinho afirmava que “a verdade é Deus.Um
Deus de verdade e de Amor.”
O pensamento de Santo Agostinho ainda iria orientar o
homem medieval a respeito da relação da fé cristã e da investigação da
natureza. Mesmo valorizando o conhecimento humano como algo importante, mais
importante era a fé em Jesus Cristo, segundo ele, única prática que
possibilitaria a restauração da razão humana.