A existência de Tomás de
Aquino foi, sem dúvida, uma aventura divina.
Quando olhamos para o
firmamento à noite, imenso veludo cravado de estrelas, percebemos que umas
brilham mais do que outras. Tomás de Aquino no firmamento dos grandes homens
é estrela de primeira grandeza. Entre os santos que o cristianismo
apresenta, nenhum foi mais sábio.
Ao lado de uma cultura
invejável e de uma inteligência admirável Tomás de Aquino deixou o exemplo
de uma grande humildade. Honras e dignidades eclesiásticas lhe foram
oferecidas, mas ele as recusou. Quis sempre viver na solidão de seu convento
onde se refugiava quando não estava a dar aulas ou a pregar.
Tomás de Aquino revela que
não basta um saber enciclopédico, mas este deve ser sólido, profundo,
alimentado na reflexão contínua.
Na doutrina de Tomás de
Aquino encanta não apenas a universalidade dos temas que abordou, dos quais
tratou, mas a clareza de sua explanação é também digna de nota.
A obra monumental de Tomás de
Aquino foi, sem dúvida, a Suma Teológica, a qual se pode
comparar às majestosas catedrais do estilo gótico de seu tempo, elevando-se
acima de todos os escritos deste gênero.
Tomás de Aquino ensina como
uma vontade determinada, férrea, pode atingir os mais nobres objetivos. A
concentração da inteligência nos estudos leva a resultados maravilhosos.
Num mundo no qual tudo
arrasta o homem para fora de si mesmo, deixando-o entre as ondas revoltas da
angústia e da agitação interior, Tomás de Aquino é um convite vivo a
instantes de uma salutar entrega ao silêncio em busca daquela serenidade que
felicita e engrandece.
Tudo que foi relatado dizendo
respeito ao tomismo, mostra que se trata de um tomismo atual, perdurável e
não um tomismo medieval. Isto mostra que há, de fato, em tudo que Tomás de
Aquino escreveu uma tendência universalista.
Oferece, realmente, o
conjunto de ensinamentos do grande filósofo de Aquino elementos
valiosíssimos para pensar o mundo e o momento atual à luz das verdades
perenes. Surgem, realmente, novos pensadores que sob a conduta do Doutor
Angélico se consagram a estabelecer a ordem segundo a verdade.
É a verdade que sempre salva
e liberta o ser racional, hoje, sobretudo necessitando de um senso crítico
apurado. A juventude precisa deste amor à verdade para não se deixar levar
pelas armadilhas do erro e da mentira.
O tomismo não quer em
absoluto retornar à Idade Média. Trata-se, contudo, de salvar e de assimilar
todas as riquezas oferecidas por Tomás de Aquino para valorizar tudo que há
de positivo nos tempos modernos. É que o tomismo pretende usar da razão para
separar o verdadeiro do falso. Pode purificar certas tendências modernas e
integrar tudo que a verdadeira conquista do espírito humano conseguiu após
Tomás de Aquino. De fato, o tomismo é uma filosofia essencialmente sintética
e assimiladora.
O tomismo é uma sabedoria que
nasce de um sistema magnificamente arquitetado por Tomás de Aquino, apta,
portanto, para orientar as mentes, libertando-se do erro.
No momento em que se nota no
mundo de hoje um surto religioso inegável, a presença de Tomás de Aquino é
de fundamental importância. Os cristãos sobretudo, se empenham em viver o
que Jesus ensinou e procuram, sem falso moralismo, uma vida longe de lances
desonestos que maculam e escravizam. O exemplo magnífico de Tomás de Aquino
que, em plena juventude, venceu espetacularmente a tentação sexual,
realmente, arrasta e inspira gestos semelhantes.
Com justiça ele foi
denominado o Doutor Angélico. Tal elevação de uma existência singular se
deveu à sua íntima união com Deus. Hoje grupos juvenis se formam e sem
nenhum respeito humano se põem a cantar os louvores divinos e buscam uma
perfeição de vida, motivo de fagueiras esperanças. Tudo que Tomás de Aquino
realizou ele o consegui indo à fonte suprema do Bem. Neste aspecto há uma
sintonia muito grande entre a mentalidade do Aquinate e esta onda religiosa
hodierna.
A piedade de Tomás de Aquino
era algo viril, pois o conduzia a ações verdadeiramente heróicas. É este o
ideal que toma conta de centenas de jovens que não desejam se deixar levar
pelas vagas dos vícios, mormente das drogas que matam e rematam tantas vezes
a crueldade de espíritos perversos que se enriquecem com as desgraças
alheias.
Tomás de Aquino constitui-se
deste modo num apelo vibrante a que prossigam todos nesta caminhada vibrante
da afirmação pessoal.
Pode-se, portanto, dizer que
Tomás de Aquino se torna assim um notável concidadão dos tempos modernos.
Aos males da inteligência ele
propõe o remédio do exercício da razão, capaz de desmascarar as insídias das
manipulações dos donos do poder.
Aos desastres éticos e morais
ele aponta a retidão da vontade firmada na proteção de Deus a levar para
longe das servidões dos falsos prazeres.
Ao desânimo que, por vezes,
se instaura em tantos corações ele propõe a experiência de Deus, fonte de
toda paz e energia interior.
A uma ciência e a uma
tecnologia materialistas ele contrapõe o retorno incondicional a Deus, cuja
existência ele soube tão bem provar.
A este herói da ordem
intelectual se deve acorrer para se buscar nas conquistas do espírito a
força capaz de erguer um mundo que se deixou levar pelo endeusamento de
falsos ídolos.
Em nossos dias o reencontro
com Tomás de Aquino só poderá resultar numa maior pujança intelectual e
cultural.