INTOLERÂNCIA
RELIGIOSA: UMA
FONTE DE VIOLÊNCIA
E DE GUERRAS
Uma das fontes
mais conhecida
através da
história da
humanidade, de
constante
violência e de
guerras são os
grupos fanáticos
que existem dentro
da maioria das
religiões.
Estes fanatismos
nascem em geral na
mente de pessoas
que foram criadas
de modo estreito e
unilateral dentro
de determinada
cultura religiosa;
estes grupos de
pessoas jamais
tiveram contatos
com outras
religiões e se
limitam a ler
textos sagrados da
sua própria
religião. Muitos
são os mestres
religiosos a
insistirem sobre a
superioridade da
suas religiões
sobre as outras,
ou mesmo dentro de
uma religião a
superioridade da
sua corrente
teologista, em
pleno fim de
século, há atos de
violência entre
quem precisaria
dar o exemplo de
fraternidade,
compreensão e
entendimento entre
os homens; entre
cristão,
muçulmanos,
hinduístas e
budistas e dentro
de cada tradição
nascem conflitos e
atritos violentos.
O QUE FAZER?
Desde o início
deste século,
líderes de boa
vontade, provindo
de cada tradição
religiosa, tem se
reunido
periodicamente
para fazer um
esforço no sentido
de compreensão
mútua e de
aprendizagem
recíproca. Várias
associações
internacionais e
nacionais tem sido
criadas para esta
finalidade. Estes
encontros tem se
revelado de uma
extrema riqueza e
sempre geram novos
encontros. A
própria Igreja
Católica tem
realizado muitos
esforços no
sentido ecumênico
(religiões
cristãs) e
inter-religioso. O
encontro de Assis
Goi sem dúvida um
exemplo notável.
Os esforços do
Dalai-Lama neste
sentido, tem lhe
valido o prêmio
Nobel da Paz.
Mais recentemente,
a UNESCO tem
reunido em
Barcelona,
representantes de
várias tradições
espirituais do
mundo. Do encontro
nasceu a
Declaração de
Barcelona.
A filosofia, a
ciência e a
religiosidade, na melhor
tradição da filosofia e
dos exemplos de Gandhi,
de João XXIII, de Carl
Gustav Jung, de Mircea
Eliade, de Martin Luther
King, de Leonardo Boff e
outros recebe a
atualização vivencial de
pessoas, em grande parte
constituida de jovens,
que buscam ter um
horizonte maior de
percepção e vivência
interpessoal.
Esperemos que este
encontro maravilhoso,
verdadeiro oásis de
lucidez em meio ao atual
momento de trevas
intelectuais, morais e -
à exemplo de Bush, da
IURD de Edir Macedo e do
PL e da TFP da ala mais
direitista/conservadora
da Igreja Católica -
religioso, permaneça
ainda por muitos e
muitos anos, qual
semeadura que amplie
consciências e permita o
exemplo vivo do convívio
das diferenças.
Paraíba sedia 11º
Encontro para a Nova
Consciência
Que resultados pode
produzir um evento que
reúne padres, pastores,
rabinos, monges
budistas, hare-krishnas,
físicos, psicólogos,
astrólogos, terapeutas
holísticos, ufólogos,
xamãs, rosa-cruz, ateus
e agnósticos? Difícil
saber sem ir lá
conferir. Isto é, se
você não gosta de
Carnaval, ou este ano
resolveu ficar longe das
troças, blocos e trios.
Como já acontece há 11
anos, Campina Grande (a
120 quilômetros de João
Pessoa, na Paraíba)
sedia mais um Encontro
para a Nova Consciência,
com a expectativa de
reunir por dia uma média
de mil pessoas, de 8 a
12 de fevereiro. Para
uma cidade do interior
com 354 mil habitantes,
pode-se dizer que o
evento só perde em
importância para os
festejos juninos.
As grandes marcas do
encontro são o
ecumenismo – melhor
dizendo, macroecumenismo
– e a importância que se
dá às chamadas práticas
e estudos alternativos.
Para início de conversa,
a programação é
vastíssima. Além dos
cursos (31 ao todo) e
palestras (até agora 24
nomes confirmados, entre
os quais, o tarólogo e
cineasta Pedro Camargo,
o reitor da Unipaz,
Pierre Weil, o teósofo
Carlos Cardoso Aveline e
o físico Harbans Lal
Arora), haverá nada mais
nada menos do que 60
eventos paralelos, entre
seminários, encontros,
oficinas, shows
musicais, exposição de
artes e feiras.
Distribuídos em mais de
10 locais diferentes,
esses minieventos é que
dividem em subgrupos um
público para lá de
heterogêneo. Desse modo,
espera-se tentar
aprofundar discussões
sobre Ufologia (tanto a
vertente mística, quanto
a científica), Teosofia,
Santo Daime,
Seicho-no-Iê, Sai Baba,
Tai Chi Chuan,
Fitoterapia, Reiki e
massagens diversas. E
ainda inclui encontros
fora da seara
espiritualista, como o
das profissionais do
sexo de Campina Grande,
o do movimento
esperantista e ainda um
outro sobre a
pré-história paraibana.
Mais eclético
impossível.
TRADIÇÃO E CIÊNCIA
– Segundo os
organizadores, a
proposta do evento é
estimular a chamada Nova
Consciência, definido
como um movimento
mundial de cultura
alternativa
contemporânea, iniciado
nos anos 60, que não faz
distinção de idade,
sexo, profissão, raça,
credo ou opção de vida.
E que, entre outras
coisas, supõe a
compreensão de que
Tradição não deve
excluir Ciência, e
vice-versa, e ainda que
tecnologia e preservação
ambiental devem andar
juntas. Com o tema
Tolerância e Paz, o 11º
Encontro para a Nova
Consciência busca
aperfeiçoar e socializar
essa visão de mundo, não
só através do ‘blá-blá-blá’,
mas de vivências
práticas e troca de
experiências entre
diferentes personagens
(muitas vezes, de lados
aparentemente opostos).
Como bem lembra o texto
do site
(www.novaconsciencia.inf.br),
“técnicas e práticas
capazes de auxiliar a
expansão da consciência
de um indivíduo
constituem poderosas
ferramentas para sua
transformação”.
No Recife está sendo
organizada excursão para
quem quiser participar.
(81) 3222.2786 /
9108.9955.
Nos últimos onze anos, o
Encontro Para Nova
Consciência tem se
configurado como um
espaço privilegiado para
livre discussão, na qual
a construção da Cultura
da Paz, a Humanização
dos Processos de
Desenvolvimento
Econômico e a Defesa
Ambiental, são
preocupações
permanentes.
Nele, as mais variadas
tradições religiosas
encontram abrigo para
passar suas mensagens,
numa clara demonstração
de que a convivência
civilizada entre elas é
algo perfeitamente
possível. Assim, uma
mesma mesa comporta
católicos, evangélicos,
espíritas, budistas,
cientistas, filósofos,
artistas, ateus, judeus
e mulçumanos, dando um
exemplo de civilidade e
ecumenismo não só para o
país, como para todo o
mundo, que a cada dia
entra num processo tenso
justamente por ainda não
ter aprendido a cultivar
as diferenças.
São cinco dias de
congraçamento entre
representantes dos
vários credos (de 28 de
fevereiro a 4 de março),
homens de ciências,
filósofos e artistas,
imbuídos do propósito de
plantar as sementes de
uma nova cultura, capaz
de humanizar o
desenvolvimento
econômico e preservar a
natureza.
Costumeiramente
realizado no período de
carnaval, o Encontro
Para Nova Consciência
tem lotado o Teatro
Municipal Severino
Cabral, local onde
acontecem as grandes
conferências. Nomes de
destaque nos cenários
nacional e internacional
já se fizeram presentes
nesse evento, a exemplo
de Leonardo Boff, Marcos
Terena, Paulo Coelho,
Pierre WeiL, Rose Marie
Muraro, Prof.
Hermógenes, Clòvis
Nunes, Divaldo Franco,
D. Marcelo Barros,
Geraldo Azevedo, Bráulio
Tavares, Cabruera, Nando
Cordel, Nelson Jacobina,
Augusto Cèsar Vanucci,
Jorge Mautner, Rodrigo
Grunewald e centenas de
outros.
Distribuídos pela
cidade, em colégios,
repartições públicas,
etc, realizam-se mais 50
eventos paralelos nas
mais diversas áreas,
enquanto que no terreno
ao lado do teatro é
instalada toda uma
infraestrutura para
funcionamento da Feira
Esotérica, que conta com
35 estandes e Palco para
shows.
Nesta versão 2003, a
parte cultural e
artística receberá maior
reforço. Pretende-se, na
verdade, possibilitar a
criação de espaços para
as mais diferentes
artes, especialmente
para as alternativas,
verdadeira fonte de
renovação cultural e
artística nos seus
vários segmentos.
Este ano o Encontro vai
privilegiar a inclusão,
por isso seu tema recebe
o título "Um Mundo Para
Todos", reforçando seu
compromisso em
contribuir para Cultura
da Paz, espinha dorsal
para conquista da Paz da
Mundial.
Sobre outros
poscionamentos
evangélicos, agora
políticos, vejamos a
associação
Bush-fundamentalismo
pentecostal-direitismo e
busca de lucro este
artigo do jornalista
Mauro Braga:
A PRIVATIZAÇÃO DA
TORTURA
Laerte Braga
A insânia
terrorista chegou
a requintes de
barbárie
aparentemente
impensáveis, mas
só aparentemente:
a privatização da
tortura.
Os meios de
comunicação
revelam que
agências
norte-americanas
contrataram
empresas privadas
para orientar os
procedimentos nas
prisões do Iraque.
Em pelo menos dois
casos, houve a
supervisão de ex-
diretores de
penitenciárias nos
Estados Unidos
envolvidos em
tortura e morte de
presos. Viraram
consultores na
matéria. Um deles,
como um preso com
sérios problemas
mentais se
recusasse a
retirar uma fronha
da cabeça,
colocou-o por 16
horas nu e
amarrado a uma
cadeira. O preso
morreu. O diretor
virou especialista
do patriotismo
torturador do seu
país. Está no
Iraque.
Não são
semelhanças com o
III Reich. É o IV
Reich sem tirar
nem por. Nem é
acaso. Num país
com obsessão por
informações,
agências várias
varrendo as vidas
das pessoas,
lógico, as fichas
dos ditos eram
conhecidas. E foi
exatamente por
elas que foram
recrutados.
A tortura é uma
prática
deliberada,
pensada, planejada
e faz parte da
rotina das
aventuras
imperiais
norte-americanas
desde a primeira.
Robert MacNamara,
Secretário de
Defesa nos
governos de John
Kennedy e Lyndon
Johnson, em
entrevista
largamente
divulgada,
considerou a
guerra do Iraque
um erro e não fez
previsões
diferentes de
vários setores
políticos e
militares de seu
país: “Estamos
indo para um
atoleiro
semelhante ao
Vietnã, embora o
Iraque não seja o
Vietnã e os tempos
sejam outros”.
Ficam cada vez
mais claros os
indícios que Bush
começa a viver
outro atoleiro: o
eleitoral. A
possível
desistência de
Ralph Nader pode
consolidar uma
frente nas
intenções de voto
do democrata John
Kerry que, mesmo
com o calor da
campanha, não dê a
Bush chances de se
recuperar.
Parte da própria
tendenciosa
imprensa dos EUA
parece ter
percebido que
apoiar Bush seria
como salgar carne
podre.
MacNamara falou
também de uma
parcela da opinião
pública de seu
país, a que
sustenta Bush e
seus desvarios:
“minoria
religiosa”, os
WASP: White Anglo
Saxon Protestant.
A extrema direita
que, até hoje,
acredita no
criacionismo e
cria seitas
penteconstais,
sempre um bom
negócio. Acreditam
na superioridade
norte-americana
sobre o resto.
Essa gente,
curiosamente, tem
aversão ao
judaísmo e a
judeus, embora
precisem destes
para consolidar
seu poder, é lato
senso anti-semita.
A aliança decorre
de interesses
econômicos, da
capacidade mútua
de odiar, do
considerar árabes,
de um modo geral,
inferiores.
Árabes, negros,
latinos e
amarelos.
O ex-secretário
não acha que essa
gente possa
definir o futuro
do país, mas não
consegue negar que
passado e
presente, com
raros momentos de
exceção, têm sido
conduzidos por
crentes fanáticos.
Bush é um deles.
Detalhes revelados
pelos meios de
comunicação no
mundo inteiro
mostram que a
grande preocupação
dos comandantes,
políticos e
militares, das
forças chamadas de
ocupação, é
descaracterizar a
tortura como
prática
sistemática e
simular punições a
um ou outro
militar estão
envolvidos.
Há uma exacerbação
do noticiário no
sentido de fazer
crer que os
envolvidos em
torturas, além de
serem uma exígua
parte das tropas,
dos encarregados
dos
interrogatórios,
do controle das
prisões, o fazem
por algo como
desvio de conduta.
Casos individuais.
Não existe a menor
preocupação com os
presos, os
torturados. A
libertação de
vários deles é
mera jogada de
efeito, até porque
a imensa e
esmagadora maioria
está presa sem
culpa formada, sem
qualquer
assistência de
defensores, sem
respeito às
mínimas regras de
direitos humanos.
Se assim o fosse,
como querem fazer
crer os dirigentes
da organização
terrorista Casa
Branca, a base de
Guantánamo,
território cubano
ocupado
ilegalmente, seria
aberto a
organizações
especializadas do
mundo inteiro e,
essencialmente, à
imprensa.
O governo de
Israel seria
condenado e punido
por violar
diariamente da
forma mais
bárbara, estúpida
e cruel, os
direitos legítimos
dos palestinos. O
mesmo tipo de ação
contra a ditadura
de Saddam Hussein
seria empreendida
contra um
criminoso como
Sharon.
Mataram, continuam
a matar,
impunemente,
homens, mulheres,
crianças e velhos.
Demolem casas
(americanos e
israelenses),
prendem
ilegalmente,
estupram,
saqueiam,
torturam, tudo
diante de uma
opinião pública
estupefata, cada
vez mais
indignada, mas
submetidas a
governos
subalternos,
presos a
interesses do
mercado,
controlados e
dirigidos a partir
de Washington.
E fazem isso no
Iraque. No
Afeganistão. Na
Colômbia. No
Paquistão. Querem
fazer na Venezuela
e em Cuba. Fazem
no mundo inteiro
não apenas porque
Bush tem sua mão
guiada por Deus.
Esse é o pretexto,
o lado
cínico/insano. O
motivo real é o
mercado. Por isso
as prisões foram
entregues à
iniciativa
privada. O negócio
é lucro. Lucro
advindo de
tortura. De
estupros. De
genocídios. Do
fanatismo
religioso (ver a
excelente
reportagem do
jornalista Newton
Carlos,
Fundamentalismo
Religioso por
Dentro da Casa
Branca).
Iniciativa privada
é isso. Quando não
são bancos, ou
laboratórios
(agora no Brasil
isso aparece com
toda a força), são
os grandes
negócios
dependentes do
petróleo, os tais
agro-negócios, o
mundo capitalista
dos WASPS - White
Angle-Saxon
Protestants.
É exatamente o que
vemos: a minoria
que MacNamara fala
não é só religiosa
(puro pretexto,
típico da moral
hipócrita -
Calvino inventou o
lucro sem pecado).
São os condomínios
fechados. Imagem
que serve para
definir esse
mundo. E esperando
o Messias. Que não
vem nunca, lógico,
o dia que vier
desmonta o
esquema. Até
porque é pouco
provável que o
dito chegue numa
Pick-uP importada,
num Rolls Royce ou
numa Lincoln
conversível. É a
única forma de
chegar até essa
gente evangélica
inspiradores do
Edir Macedo e do
PL. E tem que ter
Mastercard ou
Visa, que aliás, é
do Berlusconi.