Obras de Platão

Por Alex Campos Furtado

Os Diálogos. Platão escreveu em uma forma literária chamada diálogo, isto é, uma conversa entre duas ou mais pessoas. Na verdade, os diálogos de Platão são peças teatrais que se preocupam basicamente com a apresentação, a crítica e o conflito de idéias filosóficas. Nesses diálogos, os personagens discutem problemas filosóficos e, com freqüência, defendem lados opostos de uma questão. Platão criava um clima teatral através da interação das personalidades e opiniões de seus interlocutores. Essas peças que tratam de idéias têm grande mérito literário. Muitos estudiosos consideram que Platão foi o maior prosador em língua grega - e um dos maiores em qualquer língua.

 

Os diálogos mais conhecidos de Platão são Apologia de Sócrates, Crátilo, Críton, Eutífrono, Górgias, As leis, Menão, Parmênides, Fedro, Fédon, Protágoras, A República, O Sofista, O Banquete, Teeteto e Timeu. A edição completa das obras de Platão consiste em 36 trabalhos - 35 diálogos e uma série de cartas. Hoje, os estudiosos geralmente concordam que cerca de 30 dos diálogos e várias cartas foram realmente escritos por Platão. Conseguiram também determinar em grande parte a ordem em que os diálogos foram escritos. Assim, pode-se acompanhar o desenvolvimento de Platão como escritor e pensador.

 

Os Primeiros Diálogos. Esta primeira fase da obra de Platão é ocupada por seu mestre Sócrates, que aparece sempre como a figura principal. Entre os primeiros diálogos figuram Cármides, Eutífrono, Íon e Laches. Neles, Sócrates interroga pessoas que pretendem conhecer ou compreender algo acerca do qual Sócrates afirma ser ignorante. Sócrates mostra, então, que as outras pessoas não conhecem o que afirmam conhecer. Sócrates não fornece respostas às perguntas em questão, mas mostra apenas que as respostas dadas pelos outros personagens não são adequadas. Muitos estudiosos acham que estes chamados diálogos socráticos são retratos bastante precisos das opiniões e do verdadeiro estilo filosófico de Sócrates.

 

Diálogos da Maturidade. Em seus últimos diálogos, Platão utiliza a figura de Sócrates apenas como seu porta-voz. Esses diálogos incluem A República, O Sofista e Teeteto. Nessas obras, Sócrates não se limita a criticar a opinião de outros, mas apresenta também teorias filosóficas complexas. Essas teorias, na verdade, pertenciam a Platão e não a Sócrates. Assim, os diálogos da maturidade oferecem respostas mais completas e positivas às questões estudadas do que os primeiros diálogos. Mas não têm a mesma qualidade dramática e literária das primeiras obras.

Prof. Alex Campos Furtado - Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação stricto sensu

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