E no princípio era o Caos...

Por Maria Aparecida Diniz Bressani

 

Farei uma pequena introdução de uma história da Mitologia Grega. Devo alertar que para poder compreendê-la, como as de quaisquer outras mitologias, é importante não tomá-la ao “pé da letra”...

E no princípio era o Caos... e do Caos fez-se o Cosmos.... O Cosmos ordenou-se em Gaia, Tártaro e Eros. Gaia, a Terra Primordial, gerou Urano, o céu estrelado, com quem casou-se e viviam em copula constante. Gaia gerava espontaneamente, porém, cada filho que nascia, Urano achava-o monstruoso e, insatisfeito, devolvia-o para o útero materno.

E, assim, Gaia, infeliz com a impossibilidade de ver seus filhos se espalharem por sua superfície, reuniu-os para pedir-lhes que a ajudassem a acabar com a tirania de Urano. O único filho que se dispôs a ajudá-la foi Cronos, o deus do tempo, pois se identificava com a dor sua mãe.
Numa determinada noite, Gaia entregou para seu filho uma foice forjada em suas próprias entranhas e no momento que Urano foi deitar-se sobre ela, Cronos castrou-o. Do falo de Urano, que caiu no mar, formou-se uma espumarada, de onde nasceu Afrodite.

Deste modo, Cronos destronou seu pai e, juntamente com sua irmã Reia, a Deusa Mãe, assumiu o trono. Reinou de forma tão tirânica quanto seu pai, pois soube por um oráculo que um de seus filhos também o destronaria. Assim, cada filho que nascia, ele o engolia.

Chegou um momento que Reia, como sua mãe, também sentiu-se frustrada por não ver seus filhos crescerem e se desenvolverem sobre sua superfície. Deste modo, quando Zeus, seu último filho, nasceu, em vez de dá-lo ao pai, Reia embrulhou uma pedra em panos de linho e deu-lho para que a engolisse. E Cronos o fez, sem nem sequer olhar, pois acreditava ser seu filho recém nascido. Enquanto Zeus foi levado para uma gruta e lá foi criado às escondidas por ninfas de confiança de Reia.

Quando chegou na adolescência, Zeus, orientado por Metis, a Prudência, deu uma beberagem para seu pai, Cronos, e assim que ele bebeu vomitou todos os outros filhos que havia engolido anteriormente – Héstia, Deméter, Hera, Poseidon e Plutão. Os irmãos juntaram-se e destronaram Cronos e, em comum acordo, dividiram o reino entre os três.

Plutão assumiu o submundo, o ínferos, e tornou-se o Senhor do Mundo dos Mortos. Poseidon reinou sobre os mares e rios. E Zeus casou-se com sua irmã Hera e juntos reinaram sobre a superfície da Terra e sobre os Céus.

Zeus tornou-se o pai dos deuses e dos homens, por isso teve diversos casamentos sagrados, tendo, assim, muitos filhos.

Com Hera, sua irmã e esposa, teve Ares, o deus da guerra. Com sua irmã Deméter teve Core, a jovem. Com a ninfa Maia teve Hermes, o deus mensageiro. E assim por diante...

Eles eram chamados pelos gregos de “deuses olímpicos”, pois viviam como uma grande família no Monte Olimpo, o monte mais alto da Grécia. E sempre que se encontravam para suas “reuniões familiares” um de seus assuntos prediletos era o ser humano.

Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana,
especializada em atendimento individual de jovens e adultos,
em seu consultório em São Paulo.

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