Farei uma pequena introdução de uma história da Mitologia Grega. Devo alertar
que para poder compreendê-la, como as de quaisquer outras mitologias, é
importante não tomá-la ao “pé da letra”...
E no princípio era o Caos... e do Caos fez-se o Cosmos.... O Cosmos ordenou-se
em Gaia, Tártaro e Eros. Gaia, a Terra Primordial, gerou Urano, o céu estrelado,
com quem casou-se e viviam em copula constante. Gaia gerava espontaneamente,
porém, cada filho que nascia, Urano achava-o monstruoso e, insatisfeito,
devolvia-o para o útero materno.
E, assim, Gaia, infeliz com a impossibilidade de ver seus filhos se espalharem
por sua superfície, reuniu-os para pedir-lhes que a ajudassem a acabar com a
tirania de Urano. O único filho que se dispôs a ajudá-la foi Cronos, o deus do
tempo, pois se identificava com a dor sua mãe.
Numa determinada noite, Gaia entregou para seu filho uma foice forjada em suas
próprias entranhas e no momento que Urano foi deitar-se sobre ela, Cronos
castrou-o. Do falo de Urano, que caiu no mar, formou-se uma espumarada, de onde
nasceu Afrodite.
Deste modo, Cronos destronou seu pai e, juntamente com sua irmã Reia, a Deusa
Mãe, assumiu o trono. Reinou de forma tão tirânica quanto seu pai, pois soube
por um oráculo que um de seus filhos também o destronaria. Assim, cada filho que
nascia, ele o engolia.
Chegou um momento que Reia, como sua mãe, também sentiu-se frustrada por não ver
seus filhos crescerem e se desenvolverem sobre sua superfície. Deste modo,
quando Zeus, seu último filho, nasceu, em vez de dá-lo ao pai, Reia embrulhou
uma pedra em panos de linho e deu-lho para que a engolisse. E Cronos o fez, sem
nem sequer olhar, pois acreditava ser seu filho recém nascido. Enquanto Zeus foi
levado para uma gruta e lá foi criado às escondidas por ninfas de confiança de
Reia.
Quando chegou na adolescência, Zeus, orientado por Metis, a Prudência, deu uma
beberagem para seu pai, Cronos, e assim que ele bebeu vomitou todos os outros
filhos que havia engolido anteriormente – Héstia, Deméter, Hera, Poseidon e
Plutão. Os irmãos juntaram-se e destronaram Cronos e, em comum acordo, dividiram
o reino entre os três.
Plutão assumiu o submundo, o ínferos, e tornou-se o Senhor do Mundo dos Mortos.
Poseidon reinou sobre os mares e rios. E Zeus casou-se com sua irmã Hera e
juntos reinaram sobre a superfície da Terra e sobre os Céus.
Zeus tornou-se o pai dos deuses e dos homens, por isso teve diversos casamentos
sagrados, tendo, assim, muitos filhos.
Com Hera, sua irmã e esposa, teve Ares, o deus da guerra. Com sua irmã Deméter
teve Core, a jovem. Com a ninfa Maia teve Hermes, o deus mensageiro. E assim por
diante...
Eles eram chamados pelos gregos de “deuses olímpicos”, pois viviam como uma
grande família no Monte Olimpo, o monte mais alto da Grécia. E sempre que se
encontravam para suas “reuniões familiares” um de seus assuntos prediletos era o
ser humano.
Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e
psicoterapeuta Junguiana,
especializada em atendimento individual de jovens e adultos,
em seu consultório em São Paulo.