MISTICISMO DE SANTO AGOSTINHO Por: Fernando Rebouças A palavra misticismo é proveniente do termo grego “mystikos” e significa o indivíduo iniciado numa religião de mistérios. Nessa área de pensamento há uma constante busca da comunhão com uma consciência divina. Segundo Santo Agostinho, o misticismo é todo o conhecimento de Deus obtido pela própria experiência intuitiva e direta. Essa ideia abrange a noção de que todos nós somos Deus, cada um de nós pertence a uma grande verdade que gera e administra o universo, e tudo que o compõe. A experiência com essa consciência divina nos leva a algo superior e , ao mesmo tempo, interior. Numa visão geral, o misticismo refere-se à uma realidade suprema que insere o ser humano a uma experiência mística transcendente, acima das bases dos sentidos humanos. Por ser elevada e interior, torna-se numa experiência invisível e incomunicável aos olhos externos. A Teologia Católica considera o pensamento de Santo Agostinho, referente à existência de Deus ser independente do tempo humano; a consciência divina é algo pertencente a um “presente eterno” inserido no universo criado. No pensamento de Agostinho, a alma é o centro do interior espiritual de cada um, nela está expresso toda a verdade e bases para o desenvolvimento da perfeição, por ser obra de um ser perfeito e supremo, seu destino é a perfeição. Por estar destinada a trilhar essa estrada suprema, como se a alma estivesse retornando ao pai, mesmo por caminhos tortuosos, ela pode entrar em conflito com o mundo exterior, humano e errante. A alma é uma criação de Deus, uma essência sem substância de origem detectada pelos homens, o pensamento místico de Agostinho revela que a alma é gerada e iluminada pela luz divina, sem desfazer de sua individualidade. Em seus estudos sobre o misticismo e sobre o seu esforço perante o pecado, Agostinho afirmava que “a verdade é Deus.Um Deus de verdade e de Amor.” O pensamento de Santo Agostinho ainda iria orientar o homem medieval a respeito da relação da fé cristã e da investigação da natureza. Mesmo valorizando o conhecimento humano como algo importante, mais importante era a fé em Jesus Cristo, segundo ele, única prática que possibilitaria a restauração da razão humana. Fernando Rebouças
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