DISFUNÇÃO NO CENTRO INTELECTUAL

“É lamentável que, por falta de sabedoria, os seres humanos estejam fabricando nos cinco cilindros da máquina orgânica inumeráveis Eus-Demônios que roubam parte de sua consciência e de suas vidas.”

Se estudarmos judiciosamente o porquê do trabalho equivocado dos Centros, encontramos a resposta nos múltiplos eus-defeitos que se encontram ali e os controlam. No que se refere ao Centro Intelectual, vemos que os agregados psíquicos aproveitam os conhecimentos adquiridos para autoafirmar e fortalecer-se. Quando algum conhecimento não é submetido à meditação profunda, então o Eu da psicologia utiliza essas informações, originando, consequentemente, uma forma muito peculiar de intelectualismo.

Os conhecimentos não prejudicam ninguém, mas quando são capturados pelo Ego, produzem consequências por si só bastante graves, porque o Eu se torna mais astuto, cauteloso e formula os piores crimes, busca maneiras de explorar o homem pelo homem, destrói as diversas manifestações científicas, artísticas, filosóficas e religiosas.

O Eu de que a Psicologia Profunda fala, armado de conhecimentos intelectuais, sabota os valores que sempre têm sustentado a humanidade, trata de tirar os valores espirituais do ser humano, destrói a obra dos grandes homens.

O intelectualismo é o polo oposto da Inteligência e é muito diferente da Intelecção Iluminada. O intelectualismo é uma mescla de Eu Psicológico com a informação adquirida através dos sentidos externos. A Inteligência é um atributo do Ser, é uma faculdade da Consciência Superlativa do Ser.
A humanidade consciente trabalha com a inteligência, a humanidade mecânica e tenebrosa consegue seus níveis de prestígio social, político e econômico, trabalhando com a astúcia intelectual, trabalhando com a parte mecânica do Centro Intelectual, ou seja, com a pior parte de si mesma.

Em realidade, nas atuais condições o ser humano não é um verdadeiro indivíduo pensante, não tem mente individual. Do Centro Intelectual surtem diversos pensamentos que provêm não de um Eu permanente, como supõem os ignorantes ilustrados, mas dos diferentes Eus em cada um de nós. No entanto, quando pensa, o homem crê firmemente que em si mesmo e por si mesmo está pensando. O pobre mamífero intelectual não quer se dar conta de que os múltiplos pensamentos que passam por seu entendimento têm sua origem nos distintos

Um trabalho sério e continuado sobre o Centro Intelectual inclui a não identificação com tal ou qual pensamento negativo e prejudicial, porque todos os pensamentos desse tipo provêm deste ou daquele Eu que, em um momento dado, utiliza abusivamente nosso Centro Intelectual.

Vista essa questão desse ângulo pluralizado de Pensadores e Pensamentos, o que ocorre é que cada um dos Eus que carregamos em nossa psique é de fato um pensador diferente. Não obstante, cada um desses eus-pensadores, apesar de constituir só uma parte, se crê o todo em um momento dado.

Assim, por exemplo, quando surge em nós um pensamento de ódio contra determinada pessoa, cremos que a totalidade de nós está odiando, com o que não só nos autonegamos, senão que ainda fortalecemos o Eu autor do correspondente pensamento negativo através dos processos de identificações.

Obviamente, quem não vive em estado de alerta novidade, em estado de percepção alerta, isto é, quem não observa os processos de seu Centro Intelectual e “pensa que está pensando”, se identifica facilmente com qualquer pensamento negativo. Se aceitarmos estes pensamentos, estes “eus-pensadores” que num momento qualquer controlam nosso Centro Intelectual seremos então, incapazes de nos liberar de seus resultados.

Não devemos nunca esquecer que esses Eus negativos e briguentos se apoderam facilmente dos conhecimentos que não tenham sido devidamente compreendidos e dos conceitos adquiridos por imitação mecânica, ou seja, se apoderam dos “rolos mentais” armazenados em nosso Centro Intelectual, originando correntes mentais nocivas e prejudiciais.

Quando uma informação foi devidamente compreendida, não apenas no nível intelectual, mas também em todos os departamentos da mente, passa a formar parte da Essência ou Consciência, e então o Ser utiliza essa sabedoria para determinar circunstâncias no mundo físico.

Segundo a Gnose, eliminado o Ego deixamos de ser vítimas das circunstâncias e da maldade do próximo e nos advém a Intelecção Iluminada, que é a mesma Razão Objetiva com Intuição. Com essa poderosa chave em nossa mente, poderíamos abrir, sem temor algum, a porta que conduz aos Mundos Superiores e investigar os Mistérios da Vida e da Morte.

Daí a importância de descobrir o Ego em ação porque, no que se refere ao Centro Intelectual, quando a pessoa já aprendeu a viver em estado de alerta, os eus-pensadores não podem enganá-la, pois compreende que uma parte de si mesma quer levá-la, por exemplo, ao adultério, ao orgulho místico, aos ciúmes, ou pretende afastá-la dos ensinamentos gnósticos.

Inquestionavelmente, quando uma pessoa observa, compreende e a seguir elimina o Eu a que se refere a Psicologia Experimental e Revolucionária, cessam os autosenganos, termina o trabalho equivocado dos Centros.