|
Reconheça
os Mitos Gregos em Sua Vida Atual
Por: Maria Aparecida Diniz Bressani
A Mitologia Grega - religião dos antigos gregos - conta, através
de alegorias, a história do nascimento e do desenvolvimento da consciência do
ser humano, bem como se desenvolveu nossa cultura ocidental e patriarcal.
Os Deuses Gregos são as “personificações” de qualidades humanas em suas energias
puras. É energia primordial. As histórias de suas “vidas” retratam o
desenvolvimento e a finalidade das qualidades humanas que cada um representa
simbolicamente.
Estudar os mitos gregos é compreender a energia do Amor, da Agressividade, da
Transformação, da Religiosidade e todas as outras qualidades que as deusas e os
deuses gregos representam.
Nas histórias da Mitologia Grega, em seu simbolismo, podemos ter compreensão
clara da dinâmica dos Arquétipos – segundo conceituação de Jung – e como os
mesmos “funcionam” em cada indivíduo e, também, no coletivo. Como por exemplo:
ZEUS: Deus dos deuses. Casado com Hera. Deus dos raios e trovões.
Governante da terceira e última geração dos Deuses Olímpicos. Representa o pai,
a religiosidade, a verdade e a busca de sabedoria.
MARTE: Deus da Guerra. Representa a agressividade, a audácia e a energia
vital.
DEMETER: Mãe de Perséfone. Representa a maternidade, a fecundidade
feminina e a capacidade de nutrir.
AFRODITE: Deusa do Amor. Representa a beleza, a sensualidade e a busca da
união a fim da procriação.
Jung chamou de Arquétipo a imagem primordial e típica, que percebemos
representada em cada um dos deuses e deusas gregas. Segundo ele, os temos todos
dentro de nós em estado puro, ou seja, arquetípico. Os deuses são atemporais, os
Arquétipos também.
Quando um homem vive mais seu espírito guerreiro, colecionando conquistas –
sejam profissionais ou pessoais – sempre em função de conquistar, nunca
aprofundando suas relações, temos indícios de que este homem personifica em sua
vida o deus Marte, o deus da guerra.
E aquela mulher, por exemplo, que está sempre preocupada com a estética, em
estar sempre bonita e sempre seduzindo - quando relacionamento nenhum vai para
frente, sendo às vezes a “culpa” do homem que “cai fora” - na maioria dos casos
pode ser que esta mulher esteja vivendo a deusa Afrodite.
Coletivamente, vivemos um período onde é muito estimulado o desenvolvimento
desses dois deuses – Marte e Afrodite – para homens e mulheres; e é por isto que
está tão difícil estabilizar relacionamentos.
De qualquer forma, a “escolha” tendenciosa da reprodução de um único arquétipo –
deusa ou deus – na vida, é sempre inconsciente. Proporciona uma existência
parcial e limitada, tendo em vista todas as possibilidades de desenvolvimento do
ser humano. Essas energias – sub ou superdesenvolvidas – levam à formação de
Complexos, que atuarão sempre inconscientemente.
Complexos atuantes na sombra (energias subdesenvolvidas) são todos aqueles
conteúdos reprimidos e não valorizados no decorrer da formação do Eu. Não são
necessariamente conteúdos negativos ou ruins, mas, sim, desvalorizados ou não
reconhecidos pelo senso de identidade em formação do indivíduo.
O próprio Eu é um Complexo – energia superdesenvolvida com a qual o ego se
identifica.
Viver a vida é desenvolver qualidades que cada deus representa. O processo do
viver é a possibilida de desenvolver todos os deuses que temos dentro de nós
para que haja equilíbrio de todas as energias. Há desequilíbrio quando, por
alguma razão, desenvolve-se mais um deus (ou deusa) em detrimento de outros e
outras.
Ao “viver” um único deus desenvolvem-se suas qualidades amplamente e utilizam-se
de alguns poucos recursos dos outros deuses ou deusas apenas como “suporte” para
a manutenção daquele que reina em absoluto. As qualidades dessas deusas ou
deuses desprezados ficam subdesenvolvidas, gerando carência de recursos no
processo evolutivo do Eu.
A proposta de Jung, na sua psicologia analítica ou psicologia profunda, é que
nos desenvolvamos ao máximo, em toda nossa potencialidade, ou seja, devemos
desenvolver todas as qualidades oferecidas pelos deuses e deusas e que temos em
nós a priori.
Voltar para
Mitologia Grega -
Voltar para Pagina Inicial
|