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Saúde
Emocional e Psicodrama
Por: Sirley Santos M. Bittú
Conviver não é fácil. Relacionar-se é uma arte.
O ser humano é um ser social. Estamos em relação todo o tempo;
somos filhos, pais, irmãos, funcionários, chefes, amigos, esposas, maridos,
namorados, amantes... enfim, desempenhamos vários papéis em nossa vida, e nem
sempre estamos preparados para eles.
As relações que propomos, a forma como o fazemos, as pessoas com quem nos
envolvemos; contam um pouco de nós, de nossas escolhas durante a vida.
São as nossas buscas que promovem nossas escolhas, que as direcionam, portanto
entendê-las é criar possibilidades de viver melhor e com mais qualidade de vida.
PSICOTERAPIA é um espaço que nos reservamos para compreender as próprias
alegrias e as
próprias dores, os próprios limites e descobrir as próprias potencialidades
conscientizando-se de nossas responsabilidades sobre tudo isso.
Trata-se de uma "brecha" que criamos na nossa vida corrida e atribulada, para
cuidar de nossas emoções, para crescer e transformar a própria vida. O terapeuta
tem como compromisso iluminar esta busca, facilitando a visão dos caminhos
possíveis.
O PSICODRAMA é uma teoria baseada no entendimento de que saúde e doença se dá
nas relações que propomos. Surgiu na década de 20, numa época em que a sociedade
valorizava o inconsciente, vivendo a divulgação das idéias de Freud.
Jacob Levy Moreno, criador do PSICODRAMA, acreditava no amor e no compartilhar
mútuo como base para a vida e para as relações em grupo. Moreno nasceu na
Romênia em 1886, era judeu, fez medicina em Viena e especializou-se em
psiquiatria.
Todo o corpo teórico que desenvolveu baseava-se no pressuposto que nascemos
totalmente criativos e espontâneos e à medida que vamos nos desenvolvendo, a
cultura, e com ela as regras estabelecidas socialmente, vão tolhendo esse nosso
tesouro natural e nos moldando.
Toda sua Teoria do desenvolvimento é voltada para a liberação de nossa
capacidade espontânea e criativa imprescindível para nossa saúde emocional.
Somos o resultado de nossa história, contudo, recebemos influencia e
influenciamos todo o tempo. Cada pessoa saudável, feliz, em plena capacidade de
exercer sua autonomia, fazer escolhas, ser genuína, transforma-se num agente
espontâneo capaz de difundir essa chama da saúde interna nas muitas pessoas com
as quais se relaciona.
Moreno acreditava que devíamos fazer o bem, amar e compartilhar nossas
experiências. Acreditava na centelha divina que existe em cada um de nós.
No início de sua carreira, ele não costumava assinar suas obras, trabalhava no
anonimato. Era um homem carismático e generoso, ficou conhecido como “Doutor do
Povo” por atender gratuitamente. Ainda jovem Moreno fundou uma espécie de
movimento espiritual que se chamou de “Religião do Encontro”, um Teatro e uma
revista próprios, e no ápice de sua carreira possuía um hospital psiquiátrico -
onde atendia gratuitamente - uma escola e uma editora. Mantinha essas
instituições através de doações feitas na maior parte por pessoas que ele havia
atendido, parentes e amigos.
Fundou na década de 20 o Teatro da Espontaneidade; acreditava que os atores
deviam representar a si mesmos e não a personagens, defendia a total imaginação
e criatividade. Este teatro evoluiu para o Teatro Terapêutico, no momento em que
Moreno percebeu que os atores que representavam seus próprios conflitos lidavam
melhor com seus problemas pessoais, conseguiam aprender novas formas de lidar
com velhos problemas.
Moreno queria trazer alegria, leveza e criatividade aos métodos
psicoterapeuticos e certamente conseguiu. Sua idéias difundiram-se no mundo todo
e tornaram-se a base das terapias de grupo.
Hoje temos só no Brasil cerca de 5.000 Psicodramatistas, segundo a Federação
Brasileira de Psicodrama FEBRAP, desempenhando seus papeis nas organizações, nas
escolas, nas clinicas e nas instituições, com um objetivo claro: a busca da
saúde emocional e relacional tão necessária para a convivência humana.
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