Encontro Para a Nova Consciência - Parte 2

Por Carlos Antonio Fragoso Guimarães

    Outro caso de provocação e estreiteza moral ocorreu durante o VII Encontro da Consciência

 

 Evangélica "Cristã" feito em 2005. Numa atitude DE insulto explícito, um pastor da Igreja Batista de São Paulo, chamado Joaquim de Andrade, afirmou na imprensa que não se arrependia das polêmicas declarações antiharmônicas que deu em Campina Grande, durante o Encontro Para a Consciência "Cristã", sobre as aparições populares atribuídas a Maria de Nazaré. Ele afirmou que tais aparições marianas são coisas do demônio, manifestações demoníacas a serem combatidas pelos evangélicos. Segundo o jornal Correio da Paraíba, de 10/02/2005,

   "O prefeito Veneziano Vital do Rêgo posicionou-se contrário à declaração do pastor, a qual classificou de infeliz. Ele disse que, ao conversar com o vice-prefeito José Luís Júnior, que é evangélico e com outros pastores, chegou à conclusão que nem todos têm o mesmo pensamento do pastor Joaquim Andrade. O prefeito pediu para que o pastor Joaquim revisse o que disse. O pastor Joaquim de Andrade, da Igreja Batista de São Paulo, disse que não se arrepende das declarações que deu em Campina Grande, durante o Encontro Para a Consciência Cristã, sobre as aparições de Nossa Senhora e que a despeito do desagravo que será realizado pela comunidade católica, ele não precisa da misericórdia de Maria".

    Diante desta explícita manifestação de desafio ao pensamento diferente, especialmente aos Católicos e aos participantes do XIV Encontro para a Nova Consciência, cabe aqui a resposta do filósofo F. Pereira Nóbrega ao dito Pastor Joaquim Andrade e a seus pares, como o pastor Fáber, etc.:

Aparições

F. Pereira Nóbrega

Jornal Correio da Paraíba, 12/02/2005

 

    Apareceu em Campina Grande um movimento chamado Encontro para a Nova Consciência que veio para ficar. Pretende mais somar que diminuir. Procura entre várias tendências do pensamento atual o denominador comum dos que prezam a humanidade e querem fazer algo por ela.

    Está no espírito da Nova Consciência ressaltar esse denominador comum, esquecer e superar divergências que haja. Dentro e fora, há sentimentos diferentes, que temos por sagrados, como os de pátria, família, religião.

   Mãe alheia só o mal educado xinga. Zombar de sentimentos diferentes, isso fica para encontros internos dos que pensam do mesmo modo. Todo homem tem direito a amar sua mãe, sua fé, e nisso ser respeitado. Os que, publicamente, combatem a fé que está no outro, combatem o homem universal que está sem si.

    Pois também apareceu em Campina Grande um encontro contra a Nova Consciência e, com ele, um pastor, esquecido do espírito do Encontro, repetindo o velho diante da Consciência que se apresenta Nova. Voltou ao tempo das guerras de religião. Dos primeiros cristãos se dizia: vede como eles se amam. Ao tempo das guerras religiosas, se poderia dizer: vede como eles se odeiam. A esse tempo quis voltar o pastor.

   Ainda hoje, são encontráveis dos dois lados os que pregam amor com sotaque de ódio. Frequentemente eles se encontram em cultos que se dizem ecumênicos, por fora de ritos, por dentro de nada.

    Apareceu aquele pastor, de público zombando de aparições de Maria. Se houvesse mais diálogo entre denominações cristãs, saberia ele quanto a Igreja é prudente, quase cética, sobre esses relatos de aparições. Aprenderia quão raríssimos são os casos convincentes, diante da multidão dos que se propalam. Saberia ainda que a Igreja, a rigor, não obriga em consciência nenhum católico a inserir uma aparição no seu credo de fé.

    Se mais diálogo houvesse entre nós, eu ousaria dialogar em termos de Teologia. E diria que me confunde mais se crer nas manifestações do demônio do que nas de Maria. Quando aparece um fato paranormal, daqueles ditos de “espírito brincalhão”, sempre aparece algum pastor dizendo que aquilo é o diabo. É má Teologia. A História não é uma queda de braços entre Deus e o Diabo que, de há muito, já foi vencido. Enquanto o mundo volta ao paganismo, cristãos se apedrejam. Acordemos a tempo. Há muito mais o que nos une, muito menos o que nos separa.

   

Para ver esta e algumas outras reportages dos jornais Correio da Paraíba e Jornal da Paraíba sobre a provocação do Pastor Joaquim de Andrade, clique aqui

   No começo da década de 2000 o clima de conflito zelosamente cultvado pelos "Conscientes 'Cristãos' " levou ineviavemne a sérios conflitos entre os "evangélicos" do então Partido Liberal (formado em sua maioria por membros da Igreja "Universal" de Edir Macedo) e outros penteconstalistas contra a Prefeitura de Campina Grande, que sugeria patrocinar o encontro dos "evangélicos" de 2004 em outra data para evitar o atrito estimulado pelos mesmo contra o Encontro Para a Nova Consciência, o primeiro a ser feito, reerguendo o comércio e os serviços hoteleiros de Campina Grande na época do Carnaval (já que a cidade não tinha tradição carnavalesca e a cidade ficava um quase deserto neste período). No conflito, ficou claro, pela reação agressiva dos evangélicos contra a então prefeita Cozete Barbosa - e que incluiu a compra de matérias em jornais locais -, que os prestimosos Pentenconstalistas-fundamentalistas visam acabar com o Encontro para a Nova Consciência, forçar um conflito de religiões e ainda aproveitar a deixa para fazer propaganda de si mesmos. Os Pentecostalistas, é claro, têm todo o direito de fazer os cultos e reuniões públicas que quiserem - e dinheiro e poder político para isso não lhes faltam -, desde que respeitem as demais pessoas e não se utilizem do direito de reunião para perturbar qualquer outro tipo de congregação.

    Lúcidos livros, escritos por teólogos de renome internacional, como o "Fundamentalismo, A Globalização e o Futuro da Humanidade", de Leonardo Boff e "Em Nome de Deus", de Karen Armstrong, demonstram cabalmente as táticas de recrutamento e ações de violência intelectual dos grupos ditos "evangelicos" de base calvinista fundamentalista, em geral de orígem norte-americana, provocando desarmonia e impedimentos de uma aceitação pelo diferente, principal aspecto necessário à paz e crescimento humano (veja-se os discurso desequilibrado de Bush e de alguns de seus generais batistas ao expor que a estúpida Guerra contra o Iraque é uma Guerra do Bem e do Cristianismo contral o mal e o - sempre tão ardorosamente citado por fundamentalistas - Demônio, demonstrando intolerância, imperialismo, encobrimento das reais causas econômicas e estratégicas - petróleo e domínio tático da região - e desconhecimento da profundidade do islamismo, onde Jesus Cristo é venerado como um grande profeta e muito de seus ensinamentos aceitos e divulgados pelo Al Corão, bem diferente da exaltação evangélica ao judaísmo como um todo, se levarmos em consideração que Jesus Cristo não é aceito como o Messias e, quando muito, é visto apenas como um importante judeu, um tanto rebelde por parte considerável da comunidade ortodoxa judáica, e ainda o total desconhecimento por certas facetas da religião de Moisés bem como as ditorções gritantes que foram feitas na Bíblia por eles utiliada e que foram bem expostas pelo Prof. Dr. Severino Celestino da Silva, da UFPB, em seu profundo livro "Analisando as Traduções Bíblicas").

  Apesar de tudo, mentes esclarecidas buscam combater esta farsa de retorno da Idade das Trevas. Veja o contraponto do lúcido e esclarecido discurso do presidente Barak Obama sobre os perigos do fundamentalismo neste vídeo e compara com o discurso evangélico-belicoso de um Bush...