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O
Espectro da Consciência
Um dos sistemas
didáticos, em psicologia, que procura
integrar os diferentes insights das
várias escolas psicoterapêuticas do
ocidente entre si, e estas com as
várias abordagens orientais, é a
Psicologia do Espectro, proposta por Ken
Wilber, como um modelo da compreensão
transpessoal das diferenças entre
psicoterapias. Nele, cada uma das
diferentes escolas é vista como uma
faixa que se dedica a um aspecto
específico do total a que se pode
apresentar a consciência humana. Cada
uma dessas escolas aponta para um estado
de consciência que se caracteriza por
possuir um diferente senso de
identidade, indo da pequena identidade
restrita ao ego até à suprema
identidade com todo o universo, que é o
nível extremo da consciência
transpessoal. Este espectro pode ser
entendido a partir de qutro níveis: o
do ego, o biossocial, o existencial e o
transpessal. No nível do ego, a pessoa
não se indentifica, a rigor, com o seu
organismo, mas com uma representação
mental, ou com um conceito do mesmo,
como uma auto-imagem construida, ou
egóica. É, pois, um problema de
identificação com um modelo que a
pessoa aceita, num investimento, como
sendo seu "eu". Existe - para
ela - um "eu" que é diferente
e independente de tudo e de todos. A
pessoa não se interessa muito em
cultivar relações interpessoas sem que
haja uma vantagem específica para o
ego, e muito menos se preocupa com
aspectos ecológicos ou sociais. O
nível biossocial já envolve a
consciência e a preocupação com o
nível e com os aspectos do ambiente
social da pessoa. A influência
preponderante é a de padrões culturais
e sociais. A pessoa sente como fazendo
parte - e tendo alguma responsabilidade
- pelo seu meio-ambiente social e
natural. O Nível existencial é o
nível do organismo total, caracterizado
por um senso de identidade corpo/mente
auto-organizador. É o nível dos ideais
humanistas e do pensamento mais
sofisiticado, em termos de filosofia de
vida. Emoção e rezão estão mais ou
menos associadas para o crescimento e o
desenvolvimento das potencialidades do
homem, desde que os meios sejam
razoavelmente propícios. Quando não,
ainda assim a pessoa luta para se
auto-atualizar e a ajudar seus
semelhates. Alto grau de desenvolvimento
moral é frequentemente associado a este
estágio. O nível transpessoal é o
nível da expansão da consciência para
além das fronteiras do ego,
correspondendo a um senso de indentidade
mais amplo. Elas podem encolver
percepções do meio ambiente, onde tudo
está, de uma forma sutil mas muito
presente, ligado - de forma NÃO LINEAR
- a tudo. É o nível do inconsciente
coletivo e dos fenômenos que lhe estão
associados, tal como descritos por Jung
e seguidores. É também neste nível de
percepção que podem - mas não
necessariamente ocorrem ou são regra
geral próprias de uma percepção
transpessoal - surgir, como eventos
secundários, certos fenômenos
parpsicológicos, como telepatia,
precognição ou - o que não tipifica
um fenômeno parapsicológico, mas sim
psicológico - lembranças de vidas
passadas. É uma forma extremamente
sofisticada e não oprdinária de
consciência em que a pessoa não aceita
mais a crença uma separação rígida
entre ela e todo o universo, a não ser
como uma forma de atuar praticamente
sobre o meio em que vive com outras
pessoas. Essa forma de consciência
transcende,e muito, o raciocíonio
lógico concvencional, e aproxima-se das
assim chamadas experiências místicas.
E é este estado que é objeto mais
íntimo de estudo da Psicologia
Transpessoal. Enfim, para terminar, é
preciso definir o relacionamento entre a
prática da psicologia transpessoal e os
enfoques tradicionais de psicoterapia. O
que caraceteriza um terapeuta
transpessoal não é o seu conteúdo,
mas o contexto. O conteúdo é
determinado pela relação terapêutica
em si, entre cliente e terapeuta, como
bem o estabeleceu Carl Rogers. Um
terapêuta transpessoal lida com os
problemas que emergem durante o processo
terapêutico, incluindo acontecimentos
mundanos, fatos biográficos e problemas
existenciais. O que realmente define a
orientação transpessoal é um modelo
da psique humana que reconhece a
importância das dimensões espirituais
e o potencial para a evolução da
consciência. O terapeuta transpessoal
deve ser consciente do espectro total e
deve sempre acompanhar o cliente a novos
campos experienciais, quando há
oportunidade, não importando qual o
nível que o processo terapêutico
esteja focalizando. |