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VOZ
E LINGUAGEM
Para
nos comunicarmos precisamos sempre de algo
que possa expressar aquilo que estamos
querendo passar. Desde o começo da
humanidade o homem teve que se comunicar
com seu semelhante para poder caçar,
mandar na comunidade, evoluir, passar seus
conhecimentos para seus descendentes e
continuarem sua luta pela sobrevivência.
A
linguagem, como um meio de comunicação,
surgiu não como conhecemos hoje, através
de palavras, mas sim através de gritos e
tentativas de palavras que podiam ser
entendidas pelas entonações com que o
comunicante se expressava. Hoje em dia,
mesmo com as palavras já especificadas
podemos mudar o que queremos dizer, ou o
modo como queremos, através das entonações
que usamos, ou do modo como nossa voz
vai
expressar a emoção que estamos sentindo
na hora da fala. Se estamos com raiva, ela
vai sair de um jeito, se estamos triste,
de outro, e por ai vai.
Todo
o sentido e o significado do que queremos
dizer vai depender muito de como o som que
vai sair de dentro de nós expressará o
que estamos sentindo. Muitas vezes não se
pode entender o que o outro está falando,
mas pelo tom de voz já se consegue saber
com quem está falando, se é sobre amor
ou briga, se está feliz ou triste. Quando
estamos falando, não é apenas nossa voz
que vai expressar, nosso corpo inteiro vai
passar nossa expressão para o outro. Se
estamos discutindo com alguém, ficamos
inquietos e tensos e, se tomamos a
dianteira nessa discussão, nosso corpo
age como se também estivesse no domínio
do outro, ou muitas vezes tentamos
demonstrar calma para deixar o outro mais
irritado ainda.
A
linguagem sempre procura saídas para
chegar ao mundo, para que outros tomem
conhecimento dela. Na voz ela encontrou
uma dessas saídas, que no mundo atual
significa expressar muito de nós e que,
por mais que tentemos esconder nossas emoções,
não conseguiremos. Mas por outro lado
quando se usa a voz profissionalmente
essas emoções podem ser controladas e
inseridas de acordo com nossos interesses,
como por exemplo um ator emprestando suas
emoções para uma personagem, um dublador,
e mesmo nos noticiários quando o
apresentador muitas vezes não pode deixar
se influenciar pela notícia que está
sendo passada, não deixando as emoções
serem expressas.
Artigo
do mês de dezembro da Revista de Ciência
On-line: http://www.cienciaonline.org/
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