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A
CIÊNCIA DOS MAIAS
O
povo maia tem origem incerta, mas antigas
escrituras podem ligá-la ao platônico
povo atlânte. Os maias se instalaram onde
hoje é o sul do México, a Guatemala e
Honduras por volta do ano 1000 a.C. A
sucessão de descobertas arqueológicas, a
partir do século passado, indica o
desenvolvimento de uma das mais notáveis
civilizações do Novo Mundo, com
arquitetura, escultura e cerâmica
bastante elaboradas. Sem dúvida nenhuma,
essa civilização se baseou nos
conhecimentos das culturas arcaicas,
anteriores mesmo ao século X a.C.. Mas,
foi a decifração dos ideogramas da
escrita maia que permitiu reconstituir
parcialmente a história deste povo magnífico.
A história dos maias pode ser dividida em
três períodos: o pré-clássico (1.000
a.C. a 317 d.C.); o clássico ou Antigo
Império (até 889 d.C.); e o pós clássico
ou Novo Império (também conhecido como
"renascimento maia" até 1697).
Da idade pré-clássica pouco se conhece,
mas pode se afirmar que, neste período, já
existia uma estrutura social e religiosa
como uma classe sacerdotal especializada
em matemática e astronomia.
Provavelmente, foi nessa época que foi
criado o calendário maia. O fim da idade
pré-clássica e o começo da idade clássica
foram estabelecidos com base nas primeiras
datas que puderam ser decifradas nos
monumentos.
As
Ruínas de Copán, a oeste de Honduras,
foram descobertas em 1570 por Diego Garcia
de Placio. Um dos locais mais importantes
da civilização maia, estas Ruínas não
foram escavadas até o século XIX. Suas
fortalezas e praças públicas imponentes
caracterizam suas três fases principais
de desenvolvimento, antes que a cidade
fosse abandonada no início do século X.
Os
avançados conhecimentos que os maias
possuíam sobre astronomia, como eclipses
solares e movimentos dos planetas, e sobre
matemática, lhes permitiram criar um
calendário cíclico de notável precisão.
Na realidade são dois calendários
sobrepostos: o tzolkin, de 260 dias, e o
haab de 365 dias. O haab era dividido em
dezoito meses de vinte dias, mais cinco
dias livres. Para datar os acontecimentos
utilizavam a "conta curta", de
256 anos, ou então a "conta
longa", que principiava no início da
era maia. Eles determinaram com exatidão
incrível o ano lunar, a trajetória de Vênus
e o ano solar (365 dias, 5 horas, 48
minutos e 45 segundos). Inventaram um
sistema de numeração com base 20 e
tinham noção do número zero, ao qual
atribuíram um símbolo.
Os
maias utilizavam uma escrita hieroglífica
que ainda não foi totalmente decifrada.
Os cientistas, estudiosos da civilização
maia, comprovaram que os antigos fizeram
muitas observações do Sol, durante sua
passagem pelo zênite, na praça
cerimonial de Copán. Esta descoberta
reafirma que os maias foram grandes astrônomos
e que viveram seu período de esplendor
entre os anos 250 a 900 d.C.. Durante os
solstícios e os equinócios, a posição
do Sol gera alinhamentos especiais entre
os vários monumentos, altares e outras
estruturas da principal praça do sítio
arqueológico maia de Copán.
Hoje,
o vale de Copán, como outros sítios
arqueológicos, é declarado Patrimônio
da Humanidade, resguardando o centro dos
cerimoniais da civilização maia, que
floreceu na América Central no primeiro
milênio da Era Cristã.
Artigo
do mês de julho de 2002 da Revista de Ciência
On-line: http://www.cienciaonline.org/
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