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SOCIEDADE: A GRANDE MASSA FALIDA

O que poderíamos entender por uma sociedade justa? Poderíamos dizer que uma sociedade justa é aquela que vela pelos seus filhos mais necessitados, contribuindo com os recursos necessários e oferecendo-lhes as condições para que tenham uma vida digna e plena, pois, desde os tempos mais remotos o povo sofria com o terror da fome, da miséria, dos abusos de poder, dos preconceitos raciais e sociais, das guerras, das revoluções que, na sua maioria, só beneficiava os donos do poder etc. Com a conquista dos Direitos Humanos, após a Revolução Francesa em 1789, vemos que a hediondez e a perversidade governamental cederam lugar à Liberdade, Fraternidade e Igualdade.

Infelizmente, vemos que o nosso país, apesar de ser considerado um país subdesenvolvido, literalmente, é um país em pleno desenvolvimento, e, mesmo tentando evoluir-se num desenvolvimento sustentável, não está conseguindo um desenvolvimento de ordem progressiva, e sim, um desenvolvimento em prol da miséria, da injustiça social, do analfabetismo, do crime, da violência, da corrupção e das doenças que, diariamente, matam crianças, jovens e idosos.

Será que podemos crer num futuro promissor? É certo que o progresso existe e está ao nosso lado e, para a maioria das pessoas ele ficará eternamente ao lado, isto é, do lado de fora de suas vidas, pois, com certeza, a maioria dessas pessoas não terá acesso a este artigo e, muito menos, à Internet, pois seus recursos para adentrar à grande rede são ínfimos.

No entanto, ainda hoje, permanecem várias condições equivalentes àquelas que alguns filósofos da Revolução tentaram reverter, e, para cujo desiderato alguns deles deram o sangue e a vida, sonhando com o dia em que todos os seres humanos pudessem usufruir, no mínimo, de alimentos, moradia, educação, trabalho, saúde, diversão etc. , mas, que ainda hoje, lhes são negados.

Estamos vivenciando uma época de discussão e grandes avanços tecnológicos, onde se houve falar sobre clonagem, genoma humano, alimentos transgênicos e ciberespaço. Mas como é que nosso país, um lugar cheio de riquezas, consegue ser um palco de tantos atrasos?

Mesmo diante de tantas propostas governamentais, presenciamos uma grande estrutura nas retas paralelas, obliquas e perpendiculares de nossa existência, que são aqueles indivíduos que fazem suas próprias leis. É a chamada lei do mais forte ou a lei do morro, onde traficantes atuam deliberadamente com a cobertura de mascarados que se escondem atrás do poder.

Hoje, para que você possa ser reconhecido, é necessário possuir vários itens de consumo que, na realidade, não passam de parâmetros importados de países mais ricos que não possuem nosso índice de miséria e injustiça social. Basta acionarmos o controle remoto de nosso televisor e pronto! As novelas e as propagandas nos mostram os belos carrões importados, aparelhos de som e imagem de última geração, clínicas e academias para que se possa ter um corpo “sarado” e, muitas vezes “bombado”, e muitas outras coisas pelas quais iremos ser julgados bem ou mal, isto é, seremos recebidos dentro desta sociedade fragmentada simplesmente por termos ou fazermos aquilo que nos é apresentado através da mídia.

Com todo esse aparato de ilusões, vemos que nosso povo, a cada dia, torna-se mais sofrido, mais triste e desiludido da vida. E é por esse mesmo motivo, que presenciamos nossos jovens, que seriam o futuro da nossa Nação, roubando, matando e estuprando, com o simples intuito de fazerem parte dessa massa falida que é o nosso país. Será que conseguiremos reverter essa situação?

Diante do exposto acima, e acreditando num mundo melhor, penso que este seria o momento mais certo e mais oportuno, para podermos repensar o grande filósofo Tomas More, que ao criar sua ilha Utopia, sonhava com uma sociedade ideal, onde haveria justiça e igualdade para todos os cidadãos. Será que, tal qual o grande filósofo, viveremos em eterno estado utópico?